segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A Força da Magia

A FORÇA DA MAGIA

Personagens
Flávio, amante de Leucippe – Ator 7
Isabela, mas Leucippe – Ator 5
Graciano, pai de – Ator 4
Flamínia, amante de Flávio, depois se descobre irmã – Ator 2
Horácio, amante de Flamínia – Ator 6
Arlequim, bobo favorito de – Ator 3
Zoroastro, mago – Ator 4
Covielo, companheiro de Arlequim – Ator 6
Crolo, Espírito que não fala – Ator 1

Coisas: Grinalda de flores e 3 coroas de loro

Argumento
Em um tempo muito remoto, muito antes da escrita ser inventada, existia na Grécia meridional uma região que se chamava Arcádia, onde todos os habitantes viviam em paz e esplendor. As principais cidades desta região eram Menfi e Antiniana. Na Arcádia se cultuava todos os deuses antigos sem distinção ou preconceitos, até que um dia, pela intolerância de um dos deuses, em relação aos outros, Menfi foi atacada por inimigos. Foi um sacerdote de Menfi, conhecido por Nicandro, que incitou o seu deus a iniciar a guerra, conclamando-o o melhor dos deuses. Foi o mesmo Nicandro que sofreu a primeira retaliação: sua filha Leucippe desapareceu sem uma explicação aceitável, dizem que ela teria mudado o próprio nome. O outro filho do sacerdote, chamado Horácio, também teve de fugir. Nicandro foi morto.  A guerra em Menfi envolveu a cidade vizinha, Antiniana, que teve muitos jovens adolescentes seqüestrados e mortos por amarem o Deus: Eros. Um jovem de Antiniana, chamado Eurillo, já conhecedor de muitas cidades e adorador de Eros, teria deixado um amor em Menfi, e enquanto adorava seu Deus, foi envolvido em uma violenta luta e perdeu a memória, lembrando-se somente de sua amada. Essa história, que se verá agora, se passa em Antiniana alguns anos depois, quando a cidade sofre de escassez, pois dessa vez foi o templo de Diana que foi profanado.

CENA 1: ARLEQUIM e COVIELO
Arlequim gritando com Covielo que não se sustenta em pé pelo cansaço e que desmaia de fome; Covielo que descanse um pouco porque quer ver na próxima cabana se consegue obter um pouco de pão para o seu sustento e sai. Arlequim depois dos seus suspiros se adormenta. Nisto

CENA 2: ZOROASTRO, CROLO e ARLEQUIM
Zoroastro se revela um grande Mago e que para castigar a vila, que profanou o templo de Diana e rompeu com as leis comuns, foi destinado o flagelo daquela gente; vê Arlequim, diz querer, com passes mágicos, difundir uma força para desconcertar o povo, faz seus passes mágicos, invoca Crolo diz que olhe aquele homem. Vem um espírito debaixo da terra e acorda Arlequim. Arlequim acordado faz seus lazzi de medo; Zoroastro que não se assuste que ele será o mais feliz que existirá na vila Antiniana e sai. Arlequim se vê ao lado do Espírito, o acaricia, o Espírito faz uma dança; Arlequim aprecia. Nisto

CENA 3: COVIELO, CROLO e ARLEQUIM
Covielo vê um rapaz dançar com Arlequim pergunta quem é ele; o Espírito foge. Arlequim lhe conta o ocorrido com Zoroastro, que lhe disse que ele será o homem mais feliz de Antiniana; Covielo que pode ser, pois este Zoroastro é um mago conhecido por todos, partem com Covielo dizendo ter encontrado alojamento na próxima cabana. Saem.

CENA 4: GRACIANO e FLÁVIO
Graciano alegrando Flávio, que não viva assim tão melancólico lembrando mais a ama que perdeu o filho; Flávio dá os seus suspiros; Graciano que é clara a causa da sua dor. Flávio, depois de muito solicitado por Graciano, lhe diz que ele amava uma ninfa de beleza singular desde adolescente e que ela correspondia com recíproco afeto, mas quando o pai dela percebeu este amor, a ameaçou de morte e ela desesperada fugiu do seu país; nunca mais se soube nada dela por mais que fizessem as buscas. Foi quando ele desesperado abandonou a vila e tendo rodado por vilas, montanhas e planaltos sem nunca tê-la encontrado veio parar em Antiniana, onde a sua boa intuição o aconselhou. Graciano conta que ele perdeu um filho nas revoltas de Antiniana, mas que já está em paz, que fique alegre porque talvez  re-encontre sua ninfa. Sai Graciano fica Flávio. Nisto

CENA 5: FLAMÍNIA e FLÁVIO
Flamínia vê Flávio, lhe diz: “o que há que sempre suspira?”; diz que se alegre sabendo muito bem quanto o ama Graciano seu pai e ela; Flávio que ele sabe muito bem da bondade que eles tem por ele, mas que a dor que lhe aflige é interna; Flamínia que talvez esteja apaixonado por Isabela filha de Selvaggio; Flávio que não conhece Isabela, que não sabe quem ela seja, mas que a sua bela adorada já morreu; Flamínia que amar os mortos é uma loucura e solicita o seu amor; Flávio que tenha compaixão, que não pode amar; Flamínia desesperada parte. Nisto

CENA 6: HORÁCIO e FLÁVIO
Horácio vê Flávio, fazem seus abraços, depois lhe revela estar apaixonado por Flamínia; Horácio se alegra com Flávio, que saia da melancolia que seu mau o causou; Flávio que nunca mais pois sua dor é infinita; Horácio que o quer levar a divertir-se na sua casa; Flávio promete ir, mas que quer avisar Graciano e sai. Horácio fica. Nisto

CENA 7: FLAMÍNIA e HORÁCIO
Flamínia ao ver Horácio diz sempre encontrar-se com Horácio, por ela odiado. Horácio faz sua cena de amor com Flamínia; Flamínia seus desprezos, que ame Isabela, pois ela (Flamínia) não tem coração nem desejo para amar ele; Horácio seu desespero e que a seu respeito, ainda que não queira amá-lo, a quer seduzir. Ela sai, ele vai atrás.

CENA 8: COVIELO e ARLEQUIM
Covielo conta as cortesias que lhes fizeram àquelas ninfas na cabana e que quer ir no templo das três Deusas, segundo o que lhe avisou  o espírito Crolo, não deve transgredir as ordens que Zoroastro estabeleceu; Arlequim concorda, conta os obséquios que lhes fizeram todos os pastores e conta dos presentes que recebeu, se encaminham para o templo.

CENA 9: ISABELA e GRACIANO
Isabela implorando para que Graciano conduza sua filha Flamínia à sua casa; Graciano promete, mas logo depois que tiverem feito suas funções no templo, que se encontrarão (os três) no templo; Isabela que assim ela os conduzirá no momento certo, e sai. Nisto

CENA 10: FLÁVIO, GRACIANO
Flávio diz a Graciano que tendo sido convidado por Horácio, seu amigo, a ir à sua casa, queria pedir a ele permissão, em atenção à sua fé; Graciano elogia a sua obediência, mas que antes deve ir ao templo, seguindo o rito da casa de adorar os deuses; Flávio que irá adorar o sacrifício e vão para oferecer os seus votos.

Selva (bosque) com Templo (na luz)

CENA 11: ARLEQUIM, COVIELO e CROLO espírito
Arlequim diz que aquele é o templo das três Deusas que precisa venerar; Covielo e Arlequim oferecem três coroas de loro; Crolo lhes acena que façam a adoração e ofereçam os seus corações aos deuses no templo que estão adorando. Nisto

CENA 12: ISABELA, FLAMÍNIA, ARLEQUIM, COVIELO e CROLO espírito
Isabela vai no templo, vê Arlequim, lhe faz a adoração; Flamínia faz o mesmo, e entre elas discutem como é inusitado o resplendor de luz daquele homem, concluem entre elas que não pode ser nada além de um deus, se ajoelham a seus pés adorando-o; Arlequim diz a Covielo que aquelas mulheres lhes comovem o coração; Covielo que é preciso estar em pé e sério, para que não se estrague a trama; Arlequim que aquela grande mulher lhe feriu o coração e que lhe está tocando com as mãos; Covielo que fique parado. Nisto

CENA 13: FLÁVIO, GRACIANO, ISABELA, FLAMÍNIA, ARLEQUIM, COVIELO e CROLO
feitas as adorações todos três ficam maravilhados ao ver Arlequim, se ajoelham aos seus pés dizendo que ele é o libertador deles, ele restituirá a vila de Antiminia ao que era, vão beijar-lhe as mãos; Arlequim com medo quer fugir; Covielo que fique parado, mulheres em torno para abraçá-lo; Arlequim abraça Isabela; Flávio reconhece Isabela e vai abraçá-la; Arlequim balbuciando chama Crolo, o espírito, e ordena que Flávio seja castigado; Flávio começa a sua loucura fazendo cena sobre a sua bela Leucippe (Isabela); Arlequim que aquele é louco e conduz consigo Isabela; todos saem junto a Arlequim cortejando-o; Flávio que já se encontra fora de si lamenta que ame tanto a sua ninfa.

De volta à cidade

CENA 14: FLAMÍNIA e FLÁVIO
Flaminia perguntando a Flávio o que ele sente e por que faz estas extravagâncias; Flávio a chama de bárbara porque ela roubou o seu bem, a sua cara selvagem Leucippe; Flamínia que ele é tolo, que ame ela que o adora e deixe qualquer outra ninfa; Flávio que Leucippe é a sua alma e faz extravagâncias por ela. Nisto

CENA 15: HORÁCIO, FLAMÍNIA e FLÁVIO
Horácio vê Flávio furioso e o detém; Flávio vai ao seu encontro dizendo: “Você usurpou o meu bem, traidor infiel”. Horácio que ele se engana e que só adora Flamínia, aquela Flamínia que o despreza e aborrece. Flamínia que tem aplicado a outro o seu gênio, quer levar Flávio consigo; ele furioso parte. Horácio para abrandar Flamínia; Flamínia que se cansa à toa e partem.

CENA 16: GRACIANO e COVIELO
Graciano pergunta a Covielo de onde veio aquele Deus; Covielo que ele não sabe, mas enquanto ia para aquela casa apareceu aquele homem e o levou preso, às suas ordens, e lhe conta infinitas façanhas: ter passado rios e montanhas com facilidade e que na selva os animais mais ferozes se ajoelhavam aos seus pés. Graciano roga a Covielo que queira abrandar a ira concebida contra Flávio; Covielo promete. Nisto

CENA 17: ISABELA, GRACIANO e COVIELO
Isabela rogando a Graciano para ver Flávio; Graciano afirmando que Flávio está fora de si, está frenético por ela, que este homem, como servo daquele homem pródigo, que apareceu no templo, pode ajudá-la. Isabela faz suas súplicas à Covielo; Covielo que tentará ajudá-la; sai Isabela e Graciano, fica Covielo. Nisto

CENA 18: ARLEQUIM, COVIELO e CROLO espírito
Arlequim entra em cena falando sobre os abraços que queria dar naquela Ninfa que se deslumbrava por ele no templo. Que fez Flávio enlouquecer graças às virtudes do espírito e do Mago, que lhe deu o poder de ordenar. Covielo que ele precisa fazer voltar a si Flávio; Arlequim que não, porque ele lhe tirará a ninfa; Covielo que aquilo é uma injustiça; Arlequim chama Crolo; Crolo lhe fala ao ouvido, depois Arlequim diz a Covielo que não se pode fazer nada, Crolo desaparece com raiva. Nisto Arlequim promete pensar. Nisto

CENA 19: FLAMÍNIA, ARLEQUIM e COVIELO
Flamínia corre para abraçar Arlequim e suplica que a agracie para que seja correspondida por Flávio e que o devolva ao seu estado natural; Arlequim que quer servi-la e chama Crolo, ele lhe fala ao ouvido. O espírito trás uma grinalda e dá a Arlequim; Arlequim coloca-a na cabeça de Flamínia e sai com Covielo. Nisto

CENA 20: FLÁVIO e FLAMÍNIA
Flávio vê a ninfa com a grinalda mágica, pensa ser Isabela; vai ao seu encontro e faz cena amorosa dizendo como encontra-se naquele lugar Leucippe, Flamínia crê que seja um efeito da sua loucura chamá-la de Leucippe; mesmo assim fazem cena de amor entre eles. Nisto

CENA 21: ISABELA, FLÁVIO e FLAMÍNIA
Isabela ouve que Flávio ama Flamínia, com ciúmes, chama Flávio de infiel e Flamínia de traidora que roubou o seu amor. Flávio com raiva contra Isabela lhe diz: “ô diabo dos infernos saia da minha frente”; Isabela grita suas censuras contra a sua infidelidade. Flávio conduz consigo Flamínia para fora do palco; Isabela chorando pelo infiel Flávio. Nisto

CENA 22: ARLEQUIM e ISABELA
Arlequim vê chorando Isabela, lhe faz carícias; Isabela manda que se afaste dela; Arlequim suas delicadezas; Isabela insiste que se afaste, que ela não ama outro além de Flávio. Arlequim chama Crolo, lhe fala ao ouvido e lhe põe uma grinalda na cabeça transformando Arlequim em Flávio; Parte o espírito, Isabela diz: “Flávio meu caro, porque tão infiel se mostre, quando eu por ti morro?” Arlequim revela o seu amor, que lhe quer bem e que sofre por ela, pega em sua mão. Nisto

CENA 23: HORÁCIO, ARLEQUIM e ISABELA
Horácio os vêem de mãos dadas, se alegra por Arlequim, que acredita ser Flávio, por ter resolvido os seus amores com Isabela; Arlequim que lhe quer bem de dentro do seu coração, e saem Isabela e Arlequim. Horácio fica. Nisto

CENA 24: FLAMÍNIA e HORÁCIO
Flamínia vê Horácio, diz que ele é o objeto do seu ódio, mas como Flamínia não está com a grinalda encantada na cabeça não se afigura com Isabela; Horácio suplica o seu amor da mesma forma que se amam Flávio a Isabela; Flamínia que ela é Flamínia e não Isabela e que Flávio a ama; Horácio que ela se engana porque ele acabou de ver Flávio com as mãos dadas a Isabela; Flamínia que ele é louco. Nisto

CENA 25: FLÁVIO, FLAMÍNIA e HORÁCIO
Flávio vê Horácio, o cumprimenta. Flamínia diz a Horácio que verá com seus próprios olhos o amor que Flávio tem por ela, vai pegar em sua mão; Flávio se afasta dizendo que ame Horácio, que ele ama Leucippe. Flamínia suas aflições; Horácio que ela é besta, que Flávio adora Isabela. Nisto

CENA 26: ISABELA, FLÁVIO, FLAMÍNIA e HORÁCIO
Isabela corre da direção de Flávio para abraçá-lo; Flamínia com ciúmes que Flávio é seu; Flávio que Leucippe, é sua; Horácio seduzindo Flamínia, que aperta o seu Flávio. Nisto

CENA 27: ARLEQUIM, ISABELA, FLÁVIO, FLAMÍNIA e HORÁCIO
Arlequim vê Isabela com mãos dadas a Flávio, chama Crolo; Crolo com a grinalda, a põe na cabeça de Arlequim que assume a figura de Flávio. Isabela deixa Flávio e vai em direção a Arlequim que a encanta como se fosse Flávio. Flamínia também o toma pela mão; Arlequim a encanta como se fosse Flávio; Arlequim dá suas risadas enganando a todos e levando embora, com seus lazzi de saudações, as mulheres. Horácio e Flávio se admiram sem palavras e saem.

CENA 28: ARLEQUIM, COVIELO
Arlequim se gabando pela boa vida que têm entre aqueles homens e sobre os poderes dados pelo Mago Zoroastro, de ter-lhes dado aquele espírito familiar que lhes diz tudo. Fala dos poderes da grinalda que transforma a fisionomia das pessoas de acordo com o seu querer. Covielo diz que ele não opere com injustiça, porque o Mago poderia tirar-lhe os poderes. Arlequim que aquela diaba da Isabela lhe feriu o coração. Arlequim que quer dar uma satisfação à pessoa de Graciano, a quem quer que todos se enamorem. Nisto

CENA 29: GRACIANO, ARLEQUIM e COVIELO
Graciano saúda Arlequim como seu deus protetor, diz que se pudesse obrigaria toda a vila a saudá-lo naquele lugar; Arlequim chama Crolo; Crolo lhe fala ao ouvido e lhe traz um colar de loro; Arlequim pega e o dá a Graciano, que o coloque no peito; Graciano obedece. Arlequim e Covielo que quer ir encontrar as ninfas, partem. Graciano fica, nisto

CENA 30: ISABELA e GRACIANO
Isabela vendo Graciano acredita ser Flávio, vai abraçá-lo chamando-o Flávio; Graciano seus estupores que ela enlouqueceu como Flávio; Isabela que não lhe dê mais tormentos, que lhe dê a mão; Graciano lhe dá. Nisto

CENA 31: FLAMÍNIA, ISABELA e GRACIANO
Flamínia vê os dois de mãos dadas; Isabela diz que Flávio é seu; Graciano que sua filha também enlouqueceu e que o deixem, que ele tem mais o que fazer e sai. Mulheres negociam, cada uma diz que Flávio é seu. Nisto

CENA 32: HORÁCIO, FLÁVIO, FLAMÍNIA e ISABELA
Horácio vê as mulheres que se afrontam; Flávio prende Antiminia pela mão, Horácio Flamínia, as levam embora. Flamínia sai com repugnância.

Se abre o proscênio

CENA 33: ZOROASTRO, CROLO
Zoroastro faz círculos, chama Crolo e lhe dá a ordem que não quer que dê mais assistência a Arlequim porque ele se tornou soberbo e injusto; Crolo faz seus sinais e sai.

Se fecha o proscênio

CENA 34: ARLEQUIM e FLÁVIO
Arlequim que se Flávio não desistir de Isabela fará ele enlouquecer de novo; Flávio que ele não desistirá nunca; Arlequim chama Crolo, ele não aparece, chama de novo, não o encontra. Nisto

CENA 35: ISABELA, ARLEQUIM e FLÁVIO
Isabela vê Flávio e corre para abraçá-lo; Arlequim diz suas bravatas sendo ela uma descarada; Flávio vai bater em Arlequim; Arlequim chama Crolo e Covielo, não aparece ninguém. Nisto

CENA 36: HORÁCIO, ISABELA, ARLEQUIM e FLÁVIO
Horácio vê Arlequim, pergunta quem é ele; Arlequim diz ser o ídolo Mannocco; Horácio demonstra os seus desprezos e nunca ter visto figura mais feia que ele, depois se alegra com Flávio e Isabela. Nisto

CENA 37: FLAMÍNIA, GRACIANO, HORÁCIO, ISABELA, ARLEQUIM e FLÁVIO
Graciano falando sobre o que ocorreu com as duas mulheres, que o tinham tomado por Flávio e sobre as extravagâncias delas, e que não sabia de onde teria tido origem a fantasia delas. Vêem Arlequim, lhe dizem que desgraça é aquela; Arlequim que ele é o ídolo Mannocco, que o tinham adorado até aquele momento, que agora ninguém mais olha pra ele e que ele quer mandar toda a vila se lenhar. Nisto

CENA 38: ZOROASTRO, FLAMÍNIA, HORÁCIO, ISABELA, ARLEQUIM, FLÁVIO E CROLO
Crolo entra anunciando o mago. Zoroastro surge do meio da confusão e manda que todos se calem; Arlequim vai abraçar Zoroastro e Crolo; Zoroastro que se afaste; Arlequim seus temores; Zoroastro que veio para dar tranqüilidade para a vila e todos e revela que todas aquelas desordens, estas gags e transmutações de pessoas, foi ele quem fez por meio daquela pessoa idiota e pelos poderes da sua magia para castigar a todos que profanaram o templo de Diana e que, para aplacar a ira dos deuses, é preciso que um jovem árcade se case com uma mulher de Menfi; Graciano diz que o jovem poderá se casar, mas que nenhuma mulher de Menfi se encontra na Arcádia; Zoroastro que Isabela é de Menfi, filha de Nicandro, sacerdote de Menfi, e que Flávio não é exatamente Flávio, mas Eurillo, filho de Graciano, que foi raptado criança na revolução de Antiniana. Graciano vai reconhecer ele por um signo no braço, o aperta contra o seu peito, e se estabelecem as núpcias, declarando-se que o nome de Isabela é Leucippe. Flamínia reconhece Flávio por irmão e é casada com Horácio, que se descobre irmão de Leucippe, que fugiu nas rebeliões quando Menfi foi atacada e que o seu tio o levou para fora da cidade para deixá-lo em segurança. Arlequim se ajoelha aos pés de Zoroastro que o ajude; Zoroastro que vá à sua gruta subterrânea que encontrará Covielo e aprenderá a arte da magia e sai, terminando o sujeito da Força da Magia.

Cenas a serem ensaiadas
Horácio faz sua cena de amor com Flamínia; Flamínia seus desprezos.
Crolo lhes acena que façam a adoração e ofereçam os seus corações aos deuses.
Flávio começa a sua loucura fazendo cena sobre a sua bela Leucippe (Isabela).
Flávio que Leucippe é a sua alma e faz extravagâncias por ela.
Isabela faz suas súplicas à Covielo.
Flávio faz cena amorosa com Flaminia pensando ser Leucippe.
Isabela com ciúmes.
Lazzi de saudações às mulheres.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Falsa Defunta

A FALSA DEFUNTA
Adaptação de Marcus Villa Góis da tradução de Roberta Barni do original de Flaminio Scala em Il Teatro delle favole rappresentative... Ed. Iluminuras, São Paulo, 2003. 1ª Ed.: Pulciani, Veneza, 1611. Falas de Pantaleão: Daniela Onnis.

Personagens

Pantaleão, velho – Ator 1
Flamínia, sua filha dada por morta – Ator 2
Arlequim, criado – Ator 3
Graciano, Doutor – Ator 4
Isabela, sua filha – Ator 5
Francisquinha, criada do Doutor – Ator 2
Horácio, filho do Doutor – Ator 6
Colombina, criado do Doutor – Ator 1
Flávio – Ator 7
Ambulante – Ator 5


COISAS: Tabuleiro com poções. Corda comprida. Camisola de Flamínia. Capa de Horácio. Uma vela. Dois candeeiros.

Argumento
                Morava em Bolonha um fidalgo de boa família, ornado em hábitos virtuosos, que tinha uma filha. Desejando uni-la em feliz laço nupcial, deliberou consigo casá-la em outro lugar, com pessoa que, nos negócios do mercadejar, era seu semelhante.
                A jovem ardia de profundo amor por um jovem de sua mesma pátria, chamado Horácio, o qual, além de lhe equivaler em riqueza e nobreza, com insubstituível amor anelava ter a jovem como esposa. Vendo seu desejo ser obstado apenas pela vontade do pai, de combinação com a jovem administra-lhe um sonífero. Com isto a jovem foi dada por morta e sepultada, como na trama do argumento se compreenderá.

Cidade. Noite.

CENA 1: AMBULANTE
Ambulante vendendo poção que tudo cura; mas quando misturada com álcool, faz dormir profundamente.

CENA 2: ARLEQUIM, GRACIANO, PANTALEÃO, FRANCISQUINHA, FLÁVIO, ISABELA e HORÁCIO.
Entra cortejo fúnebre com todos.

CENA 3: HORÁCIO, FLÁVIO.
Flávio descreve sua dor pela amiga Flamínia. Horácio se compadece pelo estado de Flavio. Flávio consternado sai para casa de Pantaleão para comer algo do velório. Horácio descreve seu amor por Flamínia e explica que ela finge estar morta por que seu pai não permitiu o casamento.

CENA 4: PANTALEÃO, GRACIANO, ARLEQUIM, ISABELA, FRANCISQUINHA, HORÁCIO e FLÁVIO.
Graciano apresenta seus sentimentos a Pantaleão. Todos apresentam seus sentimentos em fila e saem pra casa de Graciano. Pantaleão recebe os pêsames de todos e entra em casa. Horácio observa e depois lamenta a dor de Pantaleão. Quando está só lamenta a sua própria dor, e lamenta pela confusão que causou.

CENA 5: COLOMBINA e HORÁCIO.
Colombina diz que está tudo pronto e pergunta o que fazer com Flamínia. Horácio dá uma capa a Colombina para cobrir Flamínia e diz que a leve para sua casa, pois ela está de camisola. Colombina mostra os utensílios para puxar Flamínia e sai.

CENA 6: ISABELA, FRANCISQUINHA, FLÁVIO e HORÁCIO
Isabela sai da casa de Pantaleão acompanhada por Francisquinha. Francisquinha manda Isabela levar a vela, pois é noite e não tem candeeiro. Horácio chama Flávio e pede a ele que leve Isabela até a casa dela. Flávio reclama que não tem nada pra comer. Francisquinha volta pra casa. Horácio sai pela rua. Flávio leva Isabela. Isabela chora. Flávio consola-a e diz que também está triste por Flamínia; Isabela revela seu amor por Flávio e chora mais. Flávio diz que também a ama e marca um encontro, no mesmo local, para mais tarde. Isabela aceita e bate na porta.

CENA 7: GRACIANO, FLÁVIO e ISABELA.
Graciano aparece e agradece a Flávio. Flávio retribui agradecimento e sai. Graciano pergunta a Isabela quem teria dado a ela aquela vela. Isabela responde: “Francisquinha”. Graciano lamenta a dor e a avareza de Pantaleão e entra com a filha.

CENA 8: FLAMÍNIA e PANTALEÃO.
Flamínia aparece de camisola, sem a capa, fugindo, pedindo socorro ao pai. Pantaleão, com candeeiro, fala: “É a voz da filha adorada/ Que ouço me chamar?/ Só pode ser alma penada!/ Vou já pra casa rezar!”. Flamínia desesperada sai correndo.

CENA 9: ARLEQUIM.
Arlequim, com medo, explica que encontrou a sepultura aberta, utensílios e uma  capa, fala de como o patrão é sovina e mandou enterrar a filha sem roupa adequada e de noite, se alegra pela capa e veste, deixando sua camisa no chão.

CENA 10: COLOMBINA e HORÁCIO.
Colombina explica o que aconteceu no cemitério (enquanto ela puxava Flamínia, a Polícia chegou). Horácio ouve, pergunta da capa. Colombina responde que deve estar com ela. Horácio manda Colombina procurar Flamínia. Colombina sai par procurar perto do cemitério. Horácio procura por ali.

CENA 11: ARLEQUIM e HORÁCIO.
Arlequim aparece com a capa. Horácio vê e reconhece sua capa e conclui que por baixo só pode estar Flamínia, seu amor. Arlequim pergunta quem está ai?  Horácio responde: “Eu meu amor!”. Arlequim se sente amado, quer aproveitar a oportunidade e agarra-o. Horácio estranha e pergunta da capa. Arlequim responde que encontrou a capa ao lado do túmulo. Horácio foge com medo do maluco.

CENA 12: ISABELA e ARLEQUIM.
Isabela entra aflita procurando Flávio e diz que ele já está atrasado. Vê Arlequim com a capa do seu irmão, e acreditando ser Horácio o chama. Arlequim: sem entender, sai.

CENA 13: FLÁVIO e ISABELA.
Flávio chega com um candeeiro  . Isabela fala de amor a ele. Cena de amor. Flávio diz que a protegerá e a leva para casa. Ela entra em casa com Flávio.  Ele se alegra.

CENA 14: FLAMÍNIA.
Flamínia, ainda de camisola, seduzindo o público, fala do medo de estar sozinha à noite; vê um candeeiro chegando e, com medo, veste a roupa de Arlequim deixando a sua no chão. Sai.

CENA 15: COLOMBINA.
Colombina, com um candeeiro, diz que não encontrou Flamínia e veste as roupas dela que achou e sai.

CENA 16: FLAMÍNIA e ISABELA.
Flamínia volta pra apanhar sua roupa que aquela é de um criado, e está suja e fedorenta. Não acha sua roupa. Desesperada diz que se fingiu de morta pela proibição de Pantaleão e pelo amor de Horácio, mas que agora não sabe o que fazer, e que então baterá na casa de Graciano e procurará por Isabela para lhe emprestar uma roupa. Grita: “Isabela!”. Isabela, de dentro responde: “Quem me chama?”. “Sou eu Flamínia”. Isabela, gritando, “O fantasma de Flamínia está aqui!”. Foge para dentro de casa.

CENA 17: FLAMÍNIA e ARLEQUIM.
Flamínia, desesperada, porque o dia já vai nascer. Arlequim entra de costas com a capa de Horácio. Flamínia lhe diz palavras amorosas, pensando tratar-se do Horácio. Arlequim, reconhecendo suas roupas e o fantasma, bate na casa de Pantaleão. Flamínia, assustada por não ser o seu amor, foge.

CENA 18: PANTALEÃO e ARLEQUIM.
Pantaleão, de camisolão, vêm para fora. Arlequim diz que o fantasma de Flamínia continua vagando pela cidade. Pantaleão ri dele e diz: “Arlequim, servo maldito/Dessas histórias não quero saber/Em fantasmas, não acredito/Vais apanhar para aprender!”. Sai de cena batendo em Arlequim.

CENA 19: FLAMÍNIA, COLOMBINA, ARLEQUIM, PANTALEÃO, GRACIANO, ISABELA, HORÁCIO. FLÁVIO.
Flamínia lamenta a confusão por sua causa. Colombina, chega, olham-se e reconhecem-se. Flamínia diz que precisa entrar na casa de Graciano, pra pegar uma roupa com Isabela e se encontrar com Horácio. Colombina abre a porta da casa de Graciano com ferramentas e entra. Flamínia, feliz, entra na casa de Graciano.

CENA 20: ARLEQUIM, GRACIANO, ISABELA, FLÁVIO e PANTALEÃO.
Todos: pelo outro lado, saem da casa de Graciano, um a um, com medo, fugindo do fantasma e tremendo. Pantaleão, ouvindo a confusão, vai para fora, e pergunta o que está acontecendo. Todos respondem com medo do fantasma.

CENA 21:HORÁCIO, FLAMÍNIA, ARLEQUIM, GRACIANO, ISABELA, FLÁVIO e PANTALEÃO.
Horácio sai da casa junto com Flamínia e explica a situação e pede a mão ao pai dela. Pantaleão consente no casamento.

CENA 22:HORÁCIO, FLAMÍNIA, ARLEQUIM, GRACIANO, ISABELA, FLÁVIO e PANTALEÃO.
Saem todos em marcha nupcial.

Cenas a serem ensaiadas:
Vendedor de ervas milagrosas. Cortejo fúnebre. Descrevendo dor. Descrevendo seu amor. Casamento.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Retificação - Festival de Uma Cia Só

Em presença de dois fatos recentes publicados no Jornal A Tarde do dia 01 de janeiro e na Agenda Cultural da Fundação Cultural da Bahia do mês de janeiro, em que anunciavam a estréia do Festival de Uma Cia Só no dia 12 de janeiro de 2011, venho desculpar-me pela não execução do referido festival nesta data.

A produção do Festival de uma Cia Só, tendo sido informada que os recursos do edital Manoel Lopes Pontes de 2010 deveriam ser transferidos no máximo em dezembro do mesmo ano para os proponentes vencedores, informação esta que foi recebida em reunião com todos os aprovados no prédio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, divulgou a referida data de estréia no dia 08 de dezembro para a Agenda Cultural da Fundação.

O dia 08 de dezembro foi a última data possível para que a divulgação dos eventos fossem publicados na Agenda Cultural de janeiro, e a produção do Festival preferiu apostar na organização administrativa da Secretaria de Cultura que a verba sairia ainda em dezembro. No entanto, não houve contrato e nem verba, e a estréia do Festival teve de ser adiada.

Lamentável é que, com o atraso dos recursos, a produção além de voltar atrás com a prévia divulgação feita terá de re-programar as datas e as pautas do teatro. A pauta do Teatro Martim Gonçalves estava reservada desde outubro para o nosso festival e agora permanecerá vazia pela urgência dos fatos. Para que serve a burocracia do estado no repasse de recursos que beneficiariam a cultura? Para que pedir uma reserva de pauta se o atraso do repasse é quase certo?

Fiquem atentos ao Festival de Uma Cia Só, em breve estrearemos!

IMPROVISO – Festival de Uma Cia. Só transforma a Commedia dell’Arte - Sete atores, 10 dias de ensaio, 12 espetáculos, 12 semanas em cartaz. Estes são os números do Festival de Uma Cia. Só, que visa à apresentação de montagens diferentes baseadas no improviso, criando um festival encenado por uma única companhia de atores. O elenco, formado por Aicha Marques, Caíca Alves, Evelin Buchegger, Maurício de Oliveira, Zé Carlos Deus Junior, Cristiane Pinho e Maestro Zezinho, vai atuar a partir de roteiros dos séculos XVI e XVII da Commedia dell’Arte, tendo por base fragmentos de textos memorizados e algumas cenas ensaiadas e coreografadas. Com direção de Marcus Villa Góis, figurino de Rino de Carvalho, cenário de Maurício Pedrosa – que terá um único praticável e três vistas pintadas em uma cortina –, as peças têm ainda música ao vivo, também feita pelos atores. O Festival ocupa o Teatro Martim Gonçalves até início de março; depois, se transfere para o SESI Rio Vermelho, em datas a confirmar.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Pedante

O PEDANTE
Adaptação de Marcus Villa Góis da tradução de Roberta Barni do original de Flaminio Scala em Il Teatro delle favole rappresentative... Ed. Iluminuras, São Paulo, 2003. 1ª Ed.: Pulciani, Veneza, 1611.

Personagens


Pantaleão, ator 1
Isabela, sua esposa, ator 5
Flávio, seu filho, ator 7
Arlequim, seu criado, ator 3
Flamínia, ator 2
Horácio, Pedante, professor de Flávio, ator 6
Graciano, ator 4



COISAS: Lenços, anel, disfarce de carregador, porrete amansa cobra, uma gamela, dois facões, duas roupas de açougueiro.

Argumento
            Vivia em sua pátria de Veneza um mercador riquíssimo, Pantaleão dos Humildes era o seu nome. Ele tinha por esposa uma belíssima jovem, que atendia pelo nome de Isabela, e dela teve um filho, chamado Flávio. Para criá-lo com aqueles hábitos honrados que convém a um jovem de semelhante berço, sob os cuidados e a disciplina de um Mestre Horácio Pedante o mantinham. E pois que o mencionado Pantaleão era homem que, de boa vontade, à crápula e as meretrizes se dava, veio mais e mais vezes a discutir com sua mulher, e mais e mais vezes o referido Pedante fez com que ela se reconciliasse e apaziguasse com o marido.
            Deu-se um dia (como amiúde acontece) que o bom Pedante sentiu vontade de conhecer o sabor da mulher do citado Pantaleão, e, aguardando a oportunidade de nova discórdia e nova rixa entre mulher e marido, revelou-se apaixonado por ela, pedindo-lhe, com palavras eficazes que o satisfizesse. A mulher, que estimava muito a sua honra, depois de prometer, pôs o marido a par de tudo. Ao Pedante então, e de comum acordo, urdiram um belíssimo engano e um castigo, como exemplo para os outros Pedantes, como no decorrer da fábula ficaremos sabendo. 

Veneza.

CENA 1: FLÁVIO, PANTALEÃO e HORÁCIO
Flávio repreende o pai por trair a sua mãe Isabela. Pantaleão se justifica sendo macho e manda o filho espelhar-se. Brigam. Ao ouvir a confusão Horácio chega e aparta a briga com palavras agradáveis, pois ele foi o mestre de Flávio. Horácio leva Pantaleão para casa. Flávio, sozinho, difama Horácio e o pai.

CENA 2: ISABELA, ARLEQUIM e FLÁVIO
Isabela entra dando pauladas em Arlequim e o repreende por roubar o vinho da adega. Flávio defende Arlequim e repreende a mãe. Isabela irrita-se com Flávio e diz que ele é igual ao pai; sai. Flávio sai atrás desolado. Arlequim diz que vai contar tudo a Pantaleão e sai.

CENA 3: GRACIANO
Graciano diz que está indo de Nápoles a Milão, mas que parou em Veneza devido às maravilhas da cidade.

CENA 4: ISABELA, GRACIANO e ARLEQUIM
Isabela à janela, vê Graciano e deixa o seu lenço cair.  Graciano pega-o. Isabela sai de casa e vem pro palco. Graciano quer lhe devolver o lenço. Isabela nega querer o lenço e oferece outros. Graciano oferece um anel. Isabela aceita o anel. Graciano pergunta se ela é casada. Ela, suspirando, responde que sim. Nisto: Arlequim chega. Isabela percebe a presença de Arlequim e vai para dentro.

CENA 5: GRACIANO e ARLEQUIM
Arlequim pergunta quem é o forasteiro. Graciano se apresenta enquanto Doutor. Arlequim diz que ouviu o suspiro de Isabela e viu o anel dado e que aquela é sua esposa. Graciano treme, disfarça e oferece dinheiro e luxo pra conseguir outra mulher. Arlequim concorda e apertam as mãos. Graciano sai pela rua.

CENA 6: ARLEQUIM e ISABELA
Arlequim quer contar o namoro de Isabela com Graciano a Pantaleão para se vingar das pauladas. Isabela entra imitando Arlequim e dizendo que ouviu toda a combinação e viu o aperto de mão, diz que quem vai contar tudo a Pantaleão é ela. Saem os dois, ela batendo nele e chamando-o de cafetão.

CENA 7: FLÁVIO e FLAMÍNIA
Flamínia à janela elogia a qualidade do dia. Flávio entra reclamando da mãe que o comparou ao pai. Se vêem, fazem cena de amor recíproco e saem.

CENA 8: PANTALEÃO e ARLEQUIM
Pantaleão manda Arlequim arrumar a casa. Arlequim concorda, mas que antes deve contar que Isabela presenteou Graciano com um lenço e aceitou dele um anel. Pantaleão admira-se, pois nunca viu um ato desonesto de sua mulher. Arlequim fala das pauladas que recebeu de Isabela.

CENA 9: PEDANTE,  PANTALEÃO e ARLEQUIM
Pedante chega. Pantaleão cumprimenta-o, fala o que Arlequim contou de Isabela e pede sua ajuda para que descubra a verdade. Pedante diz que Arlequim jamais deveria ter dito aquilo e que deixe por conta dele que vai tratar de descobrir a verdade. Dá pauladas em Arlequim que sai.

CENA 10: FLÁVIO, PANTALEÃO e PEDANTE
Flávio cumprimenta o Pedante. Pedante pergunta dos estudos de Flávio. Flávio diz que não vai bem nos estudos. Pedante culpa Pantaleão e o manda ajudar Flávio. Pantaleão sai com Flávio.

CENA 11: PEDANTE, ISABELA e ARLEQUIM (que observa escondido)
Pedante, só, discorre sobre seus planos e seus vícios. Bate à casa de Isabela chorando. Isabela cumprimenta o Pedante e pergunta o motivo do choro. Ele conta da calunia do anel recebido de Graciano. Ela confessa ter cometido a falta por culpa de Pantaleão que cuida de outras mulheres e vive viajando. Ele diz que se ela quiser se aliviar de alguma vontade que use pessoas de casa e não recorra aos forasteiros. Ela finge não ter entendido, diz que vai se reconciliar com o marido e sai. O Pedante diz que percebeu que realmente Isabela vai satisfazê-lo e sai.

CENA 12: ARLEQUIM e FLAMÍNIA
Arlequim sai do esconderijo e  comenta o caráter do Pedante, diz que conhecendo a patroa há anos, sabe que ela vai satisfazê-lo. Flamínia pergunta onde está Flávio, que não o vê há muito tempo naquele lindo dia.

CENA 13: GRACIANO, ARLEQUIM e FLAMÍNIA,
Graciano pergunta sobre a esposa de Arlequim e sobre o combinado de arrumar mulheres. Arlequim pergunta do dinheiro e do luxo. Graciano paga e pergunta da moça na janela. Arlequim aponta Flamínia, diz o nome dela, que é mulher fácil e que irá entreter os outros dentro de casa para que os dois possam conversar à vontade.

CENA 14: FLÁVIO, GRACIANO, FLAMÍNIA  e ARLEQUIM
Flávio entra, vê os dois conversando e se esconde. Graciano pergunta o nome da moça.  Flamínia responde, ele elogia a beleza de Flamínia. Ela agradece elogio e sai sem se despedir. Graciano pergunta se Flamínia é casada. Arlequim, que se colocou na sacada imitando a voz de Flamínia responde que é namorada, mas que aquilo não é um empecilho. Paqueram e Arlequim manda Graciano voltar disfarçado de carregador. Graciano, animado, concorda e sai.

CENA 15: FLÁVIO E ARLEQUIM
Flávio apresenta-se desesperado por Flamínia tê-lo traído. Arlequim esclarece que era ele imitando a voz e manda ele não se preocupar. Saem com Arlequim contando de Isabela e Horácio.

CENA 16: PANTALEÃO e HORÁCIO
Pantaleão procura Horácio. Pedante chega. Pantaleão pergunta se ele descobriu algo de Isabela. Horácio diz que Isabela é uma santa e diz pra ele fazer as pazes com ela. Pantaleão chama Isabela.

CENA 17: PANTALEÃO, HORÁCIO E ISABELA
Isabela entra. Pantaleão pede desculpa e pede para fazer as pazes. Fazem as pazes. Horácio, Pedante, faz sinais a Isabela sem que Pantaleão veja. Saem os três.

CENA 18: ARLEQUIM, FLÁVIO, depois FLAMÍNIA
Arlequim entra em cena com Flávio concluindo o relato sobre Isabela e Horácio. Flávio espanta-se com o que Arlequim lhe relatou sobre sua mãe. Flamínia aparece na sacada quando ouve a voz de Flávio. Arlequim dá as instruções do plano para pegar o Graciano: manda Flamínia se fazer de gentil quando ele chegar disfarçado de carregador e Flávio se esconder. Flávio se esconde e, apartado, ouve tudo. Arlequim também se esconde e, apartado, ouve tudo. Flamínia pega o “amansa cobra”, mostra-o ao público e o esconde ao ver surgir Graciano disfarçado.

CENA 19: GRACIANO, FLAMÍNIA, FLÁVIO e ARLEQUIM
Graciano apresenta-se como carregador e diz ter uma encomenda para dona Flamínia, confiante de já tê-la ganho. Flamínia mostra-se gentil, responde aos intentos do Graciano, mas mostra para o público o pau que desferirá sobre o Graciano. Chama Graciano para dentro. Graciano contente vai entrar na casa, mas, antes disso, ela sai e o espanca. Flávio e Arlequim ajudam Flamínia a espancar Graciano. Graciano deixa a cena na base da pancada. 

Cena 20: ARLEQUIM,  FLÁVIO e FLAMÍNIA
Arlequim comenta o sucesso do seu plano. Flamínia elogia Flávio, pela sua bravura. Flávio elogia Flamínia, pela sua inteligência. Arlequim, afastado, assobia música de amor. Flamínia e Flávio tocam as mãos em sinal de matrimônio, saem. Arlequim comenta que com o Graciano está resolvido, encolerizado, diz que ainda falta pegar o Pedante, sai.

Cena 21: PANTALEÃO e ISABELA.
Pantaleão abençoa o Pedante e atribui a ele o sucesso da reconciliação com sua esposa. Isabela concorda que a reconciliação fez bem pra eles, mas que o Pedante lhe ofereceu ajuda à suas necessidades venéreas, enquanto ela estava vulnerável. Pantaleão espanta-se, pois sempre o considerou um homem honesto, e solicita-lhe uma prova do que diz.
Isabela diz a Pantaleão que encontre o Pedante e diga que não dormirá em casa na noite seguinte, pois irá viajar a negócios. Pantaleão concorda. Isabela sai.

Cena 22: HORÁCIO e PANTALEÃO
Horácio, Pedante chega usando seus volteios de belas palavras e adulando Pantaleão. Pantaleão pede a Horácio que este fique em sua casa e cuide das coisas em sua ausência, pois viajará esta noite a negócios. Horácio aceita o pedido, enfatizando sua destreza em governar famílias, citando sua experiência nesta tarefa. Finaliza desejando que Pantaleão siga na santa paz e que deixe o resto com ele, saindo cheio de cerimônias.

Cena 23: PANTALEÃO e ARLEQUIM
Pantaleão chama Arlequim. Arlequim entra em cena. Pantaleão diz que precisa fazer muito esforço para crer que semelhante homem, um homem como Horácio, se trate de um reles, mas pede que ele fique de guarda. Sai.

CENA 24: HORÁCIO e ARLEQUIM
Horácio chega. Arlequim ao ver o Pedante chegando, se esconde e ouve tudo apartado. Horácio comenta com o público que é chegada a ocasião dele desfrutar a vontade de Isabela e que percebeu nela um desejo mútuo, ainda que a mesma não tenha verbalizado nada. Bate à porta de Isabela.

CENA 25: ISABELA, HORÁCIO e ARLEQUIM
Isabela vai à sacada e encontrando o pedante chorando, pergunta-lhe o que aconteceu.
Horácio diz morrer de amores por ela e sentir que se ela não o corresponder ele certamente morrerá. Complementa que a ocasião não poderia ser melhor já que Pantaleão não estará em casa esta noite. Isabela, para apanhá-lo, diz que espere por ela em seu quarto, despido, e que apenas irá se encontrar com Flamínia para avisar-lhe que esta noite não venha à sua casa, já que é seu costume dormir com ela na ausência de Pantaleão. Horácio, alegre, entra em casa para se despir. Arlequim se mostra insinuando coisas a Isabela. Isabela diz que o plano deu certo e manda Arlequim chamar Flávio e Pantaleão, pois o Pedante está trancado no quarto nu.

Cena 26: ARLEQUIM, FLÁVIO, PANTALEÃO, ISABELA depois.
Arlequim chama Flávio e atrapalhadamente lhe relata que o Pedante está trancado nu no quarto de sua mãe. Em seguida chama Pantaleão e faz o mesmo, enfatizando que a emboscada funcionou. Isabela aparece rindo e diz que o Pedante está à sua espera e pergunta a todos qual o melhor castigo para lhe aplicar. Flávio sugere pauladas. Pantaleão: Chicotadas. Arlequim diz que tanto melhor se o mal fosse cortado pela raiz e sugere que ele seja capado. Chama Flávio para ambos providenciarem os instrumentos do castigo. Saem

CENA 27: ISABELA, HORÁCIO, PANTALEÃO depois ARLEQUIM, FLÁVIO, FLAMÍNIA e depois GRACIANO
Isabela abre a porta do quarto revelando o Pedante nu e afoito para o amor. Pantaleão espanta-se. Horácio tenta se explicar sem se culpar. Flávio, Arlequim e Flamínia chegam com instrumentos. Horácio com medo assume toda a culpa e inocenta Isabela. Graciano chega e pergunta o que vão fazer com ele. Todos: respondem com gestos que o vão castrar. Graciano pede calma e sugere uma surra. Todos: discordam e discutem com o Graciano. Horácio aproveita  a discussão e escapa. Graciano avisa a todos que ele está escapando. Todos correm atrás do Pedante. Graciano canta: “Esta história de um pedante, por todos vista e ouvida. Se verdadeira ou se mentira, Depende de quem acredita. / Mas que sirva de lição, Essa história contada, Porque toda grande pretensão, Quase sempre, termina em nada”.

Assim termina a comédia

Cenas a serem ensaiadas
Pedanteria do Graciano
Cena de amor recíproco
Elogio a vilania do Pedante
Cena de espancamento
Elogio ao amor: Graciano, Flávio e Flamínia
Adulação a todos do Pedante
Música de Graciano.

sábado, 1 de janeiro de 2011

#Presidenta

Assisto empolgado e emocionado a posse da presidenta Dilma. O que me causa maior espanto é perceber que nenhum jornalista se refere à Dilma como presidenta, mas sim presidente. Para ser preciso, a TV Brasil, retransmitido na Bahia pela TVE, e ocasionalmente a Rede Record, usavam o termo presidenta. As outras emissoras, ainda quando citam as palavras de Dilma às transformam, ou camuflam, ao masculino. Aí eu me pergunto, será proposital? Tanto os termos presidente quanto presidenta estão corretos, mas somente um sobreviverá. Eu duvido muito que os jornalistas não saibam disso. Sarney do topo de sua arrogância falava presidente, mas desse cidadão eu quero me distinguir o mais possível. Não é um momento qualquer na história do Brasil, nos próximos 500 anos, pelo menos, Dilma vai ser lembrada como a primeira presidenta ou presidente do Brasil. Não sei se ela será uma boa ou uma má governante, isso não vem ao caso aqui, mas como deve se chamar o maior cargo da política brasileira quando ocupado por uma mulher. A língua de um povo é o seu espelho, a sua alma. Eu quero um país rico, justo e ecológico, um país em que não haja diferenças econômicas gritantes entre os seus habitantes, um país de negros, índios, brancos, homens e mulheres. Milhões são os casos de violência contra a mulher. Um coletivo de um homem no meio de muitas mulheres é chamado de “eles”. Será que esses fatos estão relacionados? No mundo, séculos de um sistema patriarcal causou uma série de desigualdades de gênero que foi preciso o surgimento do movimento feminista para reagir intensamente às manifestações machistas. O eco-sistema, e aqui falo da maneira mais global possível, estará mais equilibrado se reduzirmos as diferenças sociais, se formos mais condescendentes, se nos preocuparmos mais com o ser do que com o ter, se houver respeito entre os seres. Se respeitarmos as raças, os credos, os ideais, os povos e os gêneros poderemos vislumbrar a Terra com menos acidentes climáticos e mantê-la por mais tempo em seu delicado equilíbrio.

A imprensa brasileira, com sua mania de perseguição, sugere que está havendo uma tentativa de retorno da censura. Mas a imprensa brasileira não é um substantivo abstrato, é concreto e possui proprietários com interesses econômicos cada vez mais gananciosos. Do tipo que vão contra o equilíbrio planetário. A exceção da TVE todas as emissoras brasileiras chamavam Dilma presidente. A programação sucessiva da TVE à posse de Dilma foram os programas Sustentáculo e Almanaque, ambos com preocupação  sócio-ambiental típico de uma rede televisiva com responsabilidade social.

Pessoalmente acredito que a mulher tenha qualidades de harmonização, de afetividade, de compreensão, mais desenvolvidas que o homem. E, no entanto, percebo que mesmo em um país emancipado como o Brasil, se comparado com os países do Oriente Médio, as mulheres são descriminadas e desvalorizadas. É isso que proponho com esse texto apressado, uma revalorização feminina. A utilização do termo presidenta. E para essa campanha não acredito que possamos contar com a imprensa “livre”, não por enquanto. Devemos jogar toda essa força pela internet. A mesma net que me permite despedir assim: adeus amig@s.