segunda-feira, 12 de março de 2012

A FALSA DEFUNTA - Sitorne, 15 e 16/03. 20h


A FALSA DEFUNTA
Adaptação de Marcus Villa Góis da tradução de Roberta Barni do original de Flaminio Scala em Il Teatro delle favole rappresentative... Ed. Iluminuras, São Paulo, 2003. 1ª Ed.: Pulciani, Veneza, 1611. Falas de Pantaleão: Daniela Onnis.

Personagens

Pantaleão, velho – Ator 1
Flamínia, sua filha dada por morta – Ator 2
Arlequim, criado – Ator 3
Graciano, Doutor – Ator 4
Isabela, sua filha – Ator 5
Francisquinha, criada do Doutor – Ator 2
Flávio, filho do Doutor – Ator 7
Colombina, criada do Doutor – Ator 1
Horácio – Ator 6
Ambulante – Ator 4 ou 2


COISAS: Tabuleiro com poções. Corda comprida. Camisola de Flamínia. Capa de Flávio. Uma vela. Dois candeeiros.

Argumento
                Morava em Bolonha um fidalgo de boa família, conhecido por Pantaleão, ornado em hábitos virtuosos, que tinha uma filha chamada Flamínia e um empregado conhecido por Arlequim. Desejando uni-la em feliz laço nupcial, deliberou consigo casá-la em outro lugar, com pessoa que, nos negócios do mercadejar, era seu semelhante.
                A jovem, porém, ardia de profundo amor por um jovem de sua mesma pátria, chamado Flávio, filho de Graciano e irmão de Isabela. Flávio, vendo seu desejo ser obstaculado apenas pela vontade de Pantaleão, de combinação com a jovem administra-lhe um sonífero. Tal qual Romeu e Julieta. Com isto a jovem foi dada por morta e sepultada, como na trama do argumento se compreenderá.

Cidade. Noite.

CENA 1: AMBULANTE
Ambulante vendendo poção que tudo cura; mas quando misturada com álcool, faz dormir profundamente.

CENA 2: ARLEQUIM, GRACIANO, PANTALEÃO, FRANCISQUINHA, HORÁCIO, ISABELA e FLÁVIO.
Entra cortejo fúnebre com todos.

CENA 3: FLÁVIO, HORÁCIO.
Horácio descreve sua dor pela amiga Flamínia. Flávio se compadece pelo estado de Horácio. Horácio consternado sai para casa de Pantaleão para comer algo do velório. Flávio descreve seu amor por Flamínia e explica que ela finge estar morta por que seu pai não permitiu o casamento.

CENA 4: PANTALEÃO, GRACIANO, ARLEQUIM, ISABELA, FRANCISQUINHA, FLÁVIO e HORÁCIO.
Graciano apresenta seus sentimentos a Pantaleão. Todos apresentam seus sentimentos em fila e saem pra casa de Graciano. Pantaleão recebe os pêsames de todos e entra em casa. Flávio observa e depois lamenta a dor de Pantaleão. Quando está só lamenta a sua própria dor, e lamenta pela confusão que causou.

CENA 5: COLOMBINA e FLÁVIO.
Colombina diz que está tudo pronto e pergunta o que fazer com Flamínia. Flávio dá uma capa a Colombina para cobrir Flamínia e diz que a leve para sua casa, pois ela está de camisola. Colombina mostra os utensílios para puxar Flamínia e sai.

CENA 6: ISABELA, FRANCISQUINHA, HORÁCIO e FLÁVIO
Isabela sai da casa de Pantaleão acompanhada por Francisquinha. Francisquinha manda Isabela levar a vela, pois é noite e não tem candeeiro. Flávio chama Horácio e pede a ele que leve Isabela até a casa dela. Horácio reclama que não tem nada pra comer. Francisquinha volta pra casa. Flávio sai pela rua. Horácio leva Isabela. Isabela chora. Horácio consola-a e diz que também está triste por Flamínia; Isabela revela seu amor por Horácio e chora mais. Horácio diz que também a ama e marca um encontro, no mesmo local, para mais tarde. Isabela aceita e bate na porta.

CENA 7: GRACIANO, HORÁCIO e ISABELA.
Graciano aparece e agradece a Horácio por trazer a filha. Horácio retribui agradecimento e sai. Graciano pergunta a Isabela quem teria dado a ela aquela vela. Isabela responde: “Francisquinha”. Graciano lamenta a dor e a avareza de Pantaleão e entra com a filha.

CENA 8: FLAMÍNIA e PANTALEÃO.
Flamínia aparece de camisola, sem a capa, fugindo, pedindo socorro ao pai. Pantaleão, com candeeiro, fala: “É a voz da filha adorada/ Que ouço me chamar?/ Só pode ser alma penada!/ Vou já pra casa rezar!”. Flamínia desesperada sai correndo.

CENA 9: ARLEQUIM.
Arlequim, com medo, explica que encontrou a sepultura aberta, utensílios e uma  capa, fala de como o patrão é sovina e mandou enterrar a filha sem roupa adequada e de noite, se alegra pela capa e veste, deixando sua camisa no chão.

CENA 10: COLOMBINA e FLÁVIO.
Colombina explica o que aconteceu no cemitério (enquanto ela puxava Flamínia, a Polícia chegou). Flávio ouve, pergunta da capa. Colombina responde que deve estar com ela. Flávio manda Colombina procurar Flamínia. Colombina sai par procurar perto do cemitério. Flávio procura por ali.

CENA 11: ARLEQUIM e FLÁVIO.
Arlequim aparece com a capa. Flávio vê e reconhece sua capa e conclui que por baixo só pode estar Flamínia, seu amor. Arlequim pergunta quem está ai?  Flávio responde: “Eu meu amor!”. Arlequim se sente amado, quer aproveitar a oportunidade e agarra-o. Se reconhecem. Flávio estranha e pergunta da capa. Arlequim responde que encontrou a capa ao lado do túmulo. Flávio foge com medo do maluco.

CENA 12: ISABELA e ARLEQUIM.
Isabela entra aflita procurando Horácio e diz que ele já está atrasado. Vê Arlequim com a capa do seu irmão, e acreditando ser Flávio o chama. Arlequim: sem entender, sai. Isabela estranha.

CENA 13: HORÁCIO e ISABELA.
Horácio chega com um candeeiro. Isabela fala de amor a ele. Cena de amor. Horácio diz que a protegerá e a leva para casa. Ela entra em casa com Horácio.  Ele se alegra.

CENA 14: FLAMÍNIA.
Flamínia, ainda de camisola, seduzindo o público, fala do medo de estar sozinha à noite; vê um candeeiro chegando e, com medo, veste a roupa de Arlequim deixando a sua no chão. Sai.

CENA 15: COLOMBINA.
Colombina, com um candeeiro, diz que não encontrou Flamínia e veste as roupas dela que achou e sai.

CENA 16: FLAMÍNIA e ISABELA.
Flamínia volta pra apanhar sua roupa que aquela é de um criado, e está suja e fedorenta. Não acha sua roupa. Desesperada diz que se fingiu de morta pela proibição de Pantaleão e pelo amor de Flávio, mas que agora não sabe o que fazer, e que então baterá na casa de Graciano e procurará por Isabela para lhe emprestar uma roupa. Grita: “Isabela!”. Isabela, de dentro responde: “Quem me chama?”. “Sou eu Flamínia”. Isabela, gritando, “O fantasma de Flamínia está aqui!”. Foge para dentro de casa.

CENA 17: FLAMÍNIA e ARLEQUIM.
Flamínia, desesperada, porque o dia já vai nascer. Arlequim entra de costas com a capa de Flávio. Flamínia lhe diz palavras amorosas, pensando tratar-se do Flávio. Arlequim, reconhecendo suas roupas e o fantasma, bate na casa de Pantaleão. Flamínia, assustada por não ser o seu amor, foge.

CENA 18: PANTALEÃO e ARLEQUIM.
Pantaleão, de camisolão, vêm para fora. Arlequim diz que o fantasma de Flamínia continua vagando pela cidade. Pantaleão ri dele e diz: “Arlequim, servo maldito/Dessas histórias não quero saber/Em fantasmas, não acredito/Vais apanhar para aprender!”. Sai de cena batendo em Arlequim.

CENA 19: FLAMÍNIA, COLOMBINA, ARLEQUIM, PANTALEÃO, GRACIANO, ISABELA, FLÁVIO. HORÁCIO.
Flamínia lamenta a confusão por sua causa. Colombina, chega, olham-se e reconhecem-se. Flamínia diz que precisa entrar na casa de Graciano, pra pegar uma roupa com Isabela e se encontrar com Flávio. Colombina abre a porta da casa de Graciano com ferramentas e entra. Flamínia, feliz, entra na casa de Graciano.

CENA 20: ARLEQUIM, GRACIANO, ISABELA, HORÁCIO e PANTALEÃO.
Todos: pelo outro lado, saem da casa de Graciano, um a um, com medo, fugindo do fantasma e tremendo. Pantaleão, ouvindo a confusão, vai para fora, e pergunta o que está acontecendo. Todos respondem com medo do fantasma.

CENA 21:FLÁVIO, FLAMÍNIA, ARLEQUIM, GRACIANO, ISABELA, HORÁCIO e PANTALEÃO.
Flávio sai da casa junto com Flamínia e explica a situação e pede a mão ao pai dela. Pantaleão consente no casamento.

CENA 22:FLÁVIO, FLAMÍNIA, ARLEQUIM, GRACIANO, ISABELA, HORÁCIO e PANTALEÃO.
Saem todos em marcha nupcial.

Cenas a serem ensaiadas:
Vendedor de ervas milagrosas. Cortejo fúnebre. Descrevendo dor. Descrevendo seu amor. Casamento.