domingo, 27 de março de 2011

O Feiticeiro Fajuto da Quarta de Cinzas

O Feiticeiro Fajuto da Quarta de Cinzas
Adaptação de Marcus Villa Góis da tradução de Roberta Barni do original de Flaminio Scala em Il teatro delle favole rappresentative... Ed. Iluminuras, São Paulo, 2003. 1ª Ed.: Pulciani, Veneza, 1611.

Personagens


Covielo – ator 6.
Isabela – filha – ator 5.
Colombina – criada – ator 1.
Graciano – doutor - ator 4.
Flamínia – filha – ator 2.
Horácio – filho – ator 6.
Arlequim – criado – ator 3.
Francisquinha – criada – ator 2.
Flávio – sozinho e nobre – ator 7.
Médico -  ator 3.
Capitão espavento - ator 7.
Policiais – atores 5 e 2.




Coisas: Dois trajes de espírito; quatro copos com vinho; uma rosca; roupa de feiticeiro; roupa de Padilha, com o tridente, para Francisquinha. Candeia; Lanterna e 2 capacetes de policial; remédio; serpentinas de carnaval; escada sem apoio.



Argumento

                Moravam em Roma dois grandes mercadores, o primeiro chamava-se Covielo, que tinha uma só filha, certa Isabela, e o segundo chamava-se Graciano, que tinha dois filhos, um de nome Horácio e a outra chamada Flamínia. Compraram, estes dois amigos, algumas propriedades deliciosas nas cercanias de Roma, para onde se iam a deleite, junto a suas famílias, durante o verão.

                Deu-se que, ali perto, um jovem dotado de nobreza, virtudes e bens, tinha uma propriedade; este jovem, chamado Flávio, como costuma acontecer, encantou-se com Flamínia, filha de Graciano e, por ter estreitado laços de amizade com Horácio, irmão dela, revelou-lhe o seu amor, pelo qual tudo o que mais desejava era transformá-la em sua esposa. Isso agradou a Horácio, que prometeu dar-lhe toda a ajuda para que desfrutasse honestamente da irmã. Horácio, por sua vez, revelou o seu amor por Isabela, filha de Covielo, tão amigo de seu pai. Flávio, para satisfazer a si próprio e dar ajuda ao amigo, deu para banquetear os dois velhos pais com as jovens filhas, já que a sua propriedade era colada com a deles. Assim perseverando, com tempo e com conforto, com a ajuda dos criados, ambos os jovens desfrutaram de suas amadas, e para enorme contento engravidaram as mulheres. E por serem demasiados sôfregos e solícitos naqueles seus amores, causaram desconfiança aos velhos, e particularmente a Covielo, o qual imediatamente voltou, com seu amigo Graciano e com toda a família, à cidade. Mal tinham regressado à cidade e as duas mulheres (cujo corpo avolumava), por invenção dos criados, fingiram-se uma com barriga d’água, e endemoninhada a outra. O jovem Flávio, para dar sinal que os mencionados males tivessem sido causados pela permanência na cidade, também fingiu-se de idiota algumas vezes. Por fim, por combinação dos criados, um deles fingiu-se feiticeiro, fazendo com que, com sua astúcia, os pais concordassem em dar em casamento as filhas aos jovens. Revelado o caso, é-lhes perdoada toda a falta, e com grandíssima felicidade passou-se depois todo o tempo de suas vidas.



Carnaval



CENA 1: COVIELO e COLOMBINA

Covielo aflige-se com Colombina, sua criada, pela enfermidade de Isabela, sua filha, e por sua barriga estar ficando tão avolumada. Colombina culpa muitas coisas na vivenda onde passaram o verão com toda a família, e que seria bom lhe dar um marido, propondo-lhe Horácio. Covielo, encolerizado, diz que prefere antes afogá-la; nisto



CENA 2: FLÁVIO, COVIELO e COLOMBINA

Flávio endemoninhado, vai discorrendo consigo próprio e à roda de Covielo, dizendo: “Sua filha morrerá” e fazendo atos de possuídos, para amedrontá-los; vai-se embora. Covielo manda Colombina buscar o médico, e esta vai-se. Covielo, sai.



CENA 3: HORÁCIO e ARLEQUIM

Horácio aflige-se com Arlequim pela desconfiança de Covielo, devido à qual deixaram tão prontamente a vivenda, tirando-lhe assim a oportunidade de lhe falar. Arlequim conta que Flávio, enquanto estavam na vivenda, mandou que dissesse a Covielo que estava possuído, mas que não sabe com que finalidade; nisto



CENA 4: COLOMBINA,  HORÁCIO e ARLEQUIM

Colombina diz a Horácio que o médico quer ver a urina de Isabela. Ele suspeita que o médico descubra a gravidez. Horácio diz que gostaria de falar com Isabela. Colombina entra para fazê-la urinar. Eles ficam; nisto



CENA 5: ISABELA, HORÁCIO e ARLEQUIM

Isabela pede a proteção de Horácio, estando a gravidez no auge; fazem cena amorosa; Isabela entra em casa; nisto



CENA 6: FLAMÍNIA, HORÁCIO e ARLEQUIM

Flamínia à janela, pede a proteção de Horácio seu irmão, dizendo-lhe como a sua gravidez está ficando cada vez mais perceptível; nisto



CENA 7: GRACIANO, FLAMÍNIA, HORÁCIO e ARLEQUIM

De dentro, chama a filha, perguntando com quem ela está conversando. Horácio vai embora. Flamínia fica com Arlequim, e, vendo o pai chegar, prontamente desata a cantar, e Arlequim a dançar; nisto



CENA 8: GRACIANO, FLAMÍNIA e ARLEQUIM

Graciano vendo Flamínia dançando e cantando crê que tenha enlouquecido; com belas palavras, manda-a para dentro, depois manda chamar Francisquinha.



CENA 9: FRANCISQUINHA, GRACIANO e ARLEQUIM

Francisquinha em cena, Graciano leva-a consigo à Ribanceira para comprar vinho, mandando Arlequim lavar o tonel, e que mandará o vinho pela porta da Caneva (para a festa de carnaval no dia seguinte), sai. Arlequim fica, nisto



CENA 10: CAPITÃO e ARLEQUIM

Capitão fala com Arlequim do amor que carrega por Isabela, e diz querer-lhe mandar uma carta, oferecendo-lhe cinqüenta escudos, se ele se dispuser jogar a carta janela adentro, e assim combinados vão escrevê-la, saem.



CENA 11: FLÁVIO e HORÁCIO

Flávio diz a Horácio que fingiu estar possuído para Covielo e tudo o que lhe disse. Horácio conta-lhe que Colombina inventou um modo através do qual eles poderão entrar nas casas de suas mulheres; e que é preciso avisá-las, agora que está anoitecendo; depois diz a Flávio que sua irmã está grávida dele, nisto



Noite



CENA 12: FLAMÍNIA, HORÁCIO e FLÁVIO

Flamínia à janela, faz cena amorosa com Flávio; nisto



CENA 13: ISABELA, FLAMÍNIA, HORÁCIO e FLÁVIO

Isabela, à janela, diz a Horácio que as dores da gravidez estão atormentando-a; Flamínia diz o mesmo. Horácio avisa as mulheres que Colombina arrumou um modo para possibilitar o encontro deles e que, seja o que for que elas virem, não devem temer porque tudo será para que possam estar de novo juntos. Mulheres. Alegres, recolhem-se; eles vão-se.



CENA 14: CAPITÃO e ARLEQUIM

Capitão com carta; Arlequim vai buscar a escada, dizendo que vai fingir estar caçando andorinhas, e que jogará a carta janela adentro. Capitão que lhe dará os cinqüenta escudos prometidos. Arlequim vai à sua casa para buscar escada e a candeia. Capitão retira-se; nisto



CENA 15: COVIELO e COLOMBINA

Covielo com candeia, fica sabendo que o médico encomendou o remédio para a manhã; entram em casa.



CENA 16: ARLEQUIM e CAPITÃO

Arlequim com a escada, diz que o vinho chegou; depois apóia a escada à janela de Isabela, caindo repetidas vezes. Capitão anima-o, Arlequim trepa no alto da escada; nisto



CENA 17: POLICIAIS, ARLEQUIM e CAPITÃO

Policiais com lanternão, fazem balburdia. Arlequim, de medo, despenca e foge. Capitão o mesmo, policiais atrás. Saem todos.



CENA 18: COLOMBINA

Colombina diz que ouviu uma balburdia enorme, e quer ir buscar o remédio, somente para animar a história e Covielo, sai.



Dia



CENA 19: GRACIANO e FRANCISQUINHA

Graciano diz que dormiram na casa do irmão, dizendo que mandaram o vinho e uma rosca, e diz que quer provar o vinho; batem na porta.



CENA 20: ARLEQUIM, GRACIANO e FRANCISQUINHA

Arlequim responde, depois fora recebe o patrão, dizendo que o vinho chegou. Graciano dá-lhe dinheiro para comprar meio quilo de queijo para o desjejum e diz que quer experimentar o vinho; entra com Francisquinha. Arlequim fica.



CENA 21: COLOMBINA e ARLEQUIM

Colombina com remédio, faz Arlequim acreditar ser um vinho. Arlequim bebe um pouco, fica enjoado, e vai-se. Colombina ri; nisto



CENA 22: COVIELO e COLOMBINA

Covielo desesperado por sua filha Isabela, vê Colombina com o frasco do remédio, manda-a em casa para dá-lo a Isabela. Covielo fica.



CENA 23: MÉDICO e COVIELO

Médico chega; Covielo afaga-o, rogando-lhe que cure sua filha; nisto



CENA 24: COLOMBINA, MÉDICO e COVIELO

Colombina em cena; Covielo ordena-lhe que leve o médico até Isabela, para que possa examinar melhor a sua doença, e sai. Médico manda chamar Isabela; Colombina  entra em casa, depois volta com Isabela.



CENA 25: ISABELA, COLOMBINA e MÉDICO

Isabela é examinada pelo médico; por fim ela confessa estar grávida de Horácio; nisto



CENA 26: GRACIANO, ISABELA, COLOMBINA e MÉDICO

Graciano apartado ouviu tudo. Médico consola-a, manda-a para casa, e ele sai com Colombina. Graciano diz que Horácio seu filho é um reles, e que por isso é que ele ficava de bom grado na vivenda; nisto



CENA 27: HORÁCIO e GRACIANO

Horácio chega; Graciano vai gracejando com Horácio sobre o amor, sobre a vivenda e sobre o engravidar das mulheres. Horácio imediatamente finge um mau súbito, sai. Graciano fica.



CENA 28: COVIELO e GRACIANO

Covielo chega. Graciano diz que compreendeu qual é a doença de Isabela e, para saná-la, pede-a em casamento por Horácio, seu filho, a Covielo seu pai. Covielo recusa. Graciano diz que se a quer curada, que a dê para Horácio. Covielo, encolerizado, sai para ir falar com o médico. Graciano fica.



CENA 29: ARLEQUIM e GRACIANO

Arlequim entra em cena com o queijo, entrega-o a Graciano, vomitando à sua volta por ter bebido o remédio. Graciano diz que entre em casa para experimentar do outro vinho, sai. Arlequim fica, vomitando; nisto



CENA 30: FRANCISQUINHA e ARLEQUIM

Francisquinha chama-o para provar o vinho. Ele vomita, e diz que seu corpo dói. Francisquinha entra; Arlequim se demora.



CENA 31: COLOMBINA e ARLEQUIM

Colombina diz que o médico é homem de bem. Arlequim queixa-se dele, enjoado e esforçando-se para por tudo para fora; nisto



CENA 32: GRACIANO, COLOMBINA e ARLEQUIM

Graciano, de dentro, chama Arlequim, perguntando-lhe quem está com ele. Ele diz: “Colombina!”. Graciano chama-a, que vá beber e festejar. Colombina entra, Arlequim fica; nisto



CENA 33: CAPITÃO e ARLEQUIM

Capitão chega, Arlequim quer os cinqüenta escudos, por ter jogado a carta pela janela; nisto



CENA 34: GRACIANO, CAPITÃO e ARLEQUIM

Graciano, comendo, sai para chamar Arlequim; vê o Capitão e convida-o a comer em casa; Arlequim, vomitando, vai atrás.



CENA 35: COVIELO e MÉDICO

Covielo pergunta a opinião do médico sobre a doença de sua filha. Médico diz a Covielo que case sua filha com quem ela quiser, e que se não o fizer, em breve tempo terá dor e desonra, e que os homens sábios sabem tomar as próprias decisões, e sai. Covielo fica pensativo quanto às palavras sobre a honra; lembra-se do que Graciano lhe disse, ouve cantos e brindes na casa dele; bate.



CENA 36: GRACIANO, CAPITÃO, COLOMBINA, FRANCISQUINHA e COVIELO

Comendo e bebendo e bêbados como gambás. Covielo repreende Graciano, que cai no chão bêbado, depois de muitos atos ébrios; e assim, um depois dos outros, todos caem no chão. Covielo espanta-se; nisto



CENA 37: ARLEQUIM, GRACIANO, CAPITÃO, COLOMBINA, FRANCISQUINHA e COVIELO

Arlequim leva-os todos, um a um, dentro de casa, em vários modos ridículos; por fim volta, quer pegar Covielo, que foge pela rua. Arlequim entra casa,



CENA 38: HORÁCIO E FLÁVIO

Horácio diz a Flávio estar desconfiado de que o pai saiba alguma coisa sobre o seu amor, devido às palavras que lhe disse antes; nisto



CENA 39: COLOMBINA, HORÁCIO e FLÁVIO

Colombina meia entorpecida pela bebedeira; os amantes afligem-se com ela, porque ela está esticando demais o assunto. Colombina que deixem com ela; nisto



CENA 40: CAPITÃO, ARLEQUIM, COLOMBINA, HORÁCIO e FLÁVIO

Capitão diz a Arlequim que lhe dará satisfação (dos cinqüenta escudos), cumprimenta os amantes, dizendo que o Doutor (Graciano) lhe deu de presente um excelente vinho, sai. Colombina manda Arlequim em casa, dizer às mulheres que logo estarão contentes; Arlequim sai. Colombina fala, aos ouvidos dos amantes, manda-os se disfarçarem de espíritos, com aquele amigo deles que faz máscaras e fantasias. Eles saem, Colombina fica.



CENA 41: COVIELO e COLOMBINA

Covielo ralha com Colombina porque fica se embebedando em vez de cuidar da casa. Colombina culpa o Doutor (Graciano), depois lhe diz que encontrou um sujeito que irá curar a sua filha; nisto



CENA 42: GRACIANO, COVIELO e COLOMBINA

Graciano chega, Covielo repreende-o. Graciano desculpa-se, dizendo que é Carnaval. Colombina diz mais uma vez que encontrou um sujeito (um feiticeiro) que irá curar as duas filhas deles. Graciano pede pela sua, mas pela de Covielo desata a rir, dizendo que ela nunca vai sarar, se não conseguir se casar com Horácio, seu filho. Colombina manda que a esperem no Boticário do Ourinol, e que não digam nada sobre o feiticeiro, pois ele não quer ficar conhecido. Eles saem, Colombina fica em cena.



CENA 43: ARLEQUIM e COLOMBINA

Arlequim chega; Colombina diz que quer tirar do aperto as suas patroas e burlar dos velhos. Manda-o se disfarçar de feiticeiro, e que, na volta, lhe dirá o que tem de fazer, avisando que, quando estiver diante de Covielo, deve fingir que está esconjurando os espíritos. Arlequim sai. Colombina bate para avisar as mulheres.



CENA 44: FLAMÍNIA e COLOMBINA

Flamínia à janela



CENA 45: ISABELA, FLAMÍNIA e COLOMBINA

Isabela à janela. Colombina avisa as mulheres que não tenham medo do que verão, porque tudo será encenação, e que depois fará elas sentirem doçura; mulheres, alegres, retiram-se. Colombina vai encontrar os amantes, sai.



CENA 46: ARLEQUIM

Arlequim, carregando a roupa de Padilha e o tridente, diz que pensou numa esperteza em dobro; chama Francisquinha.



CENA 47: FRANCISQUINHA e ARLEQUIM

Francisquinha entra em cena, recebe as coisas, e a ordem em seu ouvido, apontando o pórtico no alto da casa. Ela entra, ele vai se disfarçar, sai.



CENA 48: COVIELO e GRACIANO

Covielo diz a Graciano que quer arrumar marido para a filha, assim que ela tiver sarado, negando-se a dá-la para Horácio, já que na vivenda dera para afirmar que iria tê-la à sua revelia; mas diz que, se Graciano quiser lhe dar Flamínia em casamento, quando estiver curada, ele então concordará em dar Isabela para Horácio, seu filho. Graciano concorda; nisto



CENA 49: COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Colombina completamente esbaforida, diz ter perdido de vista o feiticeiro; nisto



CENA 50: ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Arlequim vestido de feiticeiro, esconjurando os espíritos, fala com os velhos, formando dois círculos, um de um lado da cena e o outro do outro lado, dentro dos quais manda entrar Covielo e Graciano, ordenando que eles, por mais que vejam e ouçam, não se mexam; nisto Arlequim esconjura, chama os espíritos.



CENA 51: HORÁCIO (ISABELA), FLÁVIO, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Horácio e Flávio vestidos de espírito, girando em volta dos círculos, assustando os velhos e Colombina. Depois cada um deles entra na casa da própria mulher. Os velhos se espantam, com gestos. Arlequim, olhando o céu, chama Padilha, a Rainha das Pombas-Giras, que venha acima da casa.



CENA 52: FRANCISQUINHA, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Francisquinha vestida como Padilha; Feiticeiro pergunta-lhe a vontade dos deuses quanto a casar as filhas dos velhos. Francisquinha diz que os deuses querem que Isabela seja de Horácio e Flamínia de Flávio, e que, os pais não concordando, aqueles espíritos que apareceram terão de levá-los aos infernos. Velhos concordam; Francisquinha sai; nisto e imediatamente



CENA 53: ISABELA, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Isabela sai dizendo: “Senhor meu pai, eu estou curada, e não quero outro marido se não aquele que está em casa”. Nisto e imediatamente



CENA 54: FLAMÍNIA, ISABELA, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Flaminia, de casa, diz o mesmo. Velhos dizem que não querem se aparentar com diabos (e saem). Feiticeiro: que quer que eles conheçam o seu valor; esconjura novamente (velhos voltam, Graciano segura uma cabeça falsa com a máscara de Covielo, os dois envoltos na capa de Graciano.)



CENA 55: HORÁCIO, FLAMÍNIA, ISABELA, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Horácio entra em cena em suas feições.



CENA 56: FLAVIO, HORÁCIO, FLAMÍNIA, ISABELA, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Flavio o mesmo. Arlequim os faz casar com as jovens, e eles querem premiá-lo. Arlequim diz não querer outro prêmio, senão Francisquinha; de acordo, chamam-na. (Arlequim entra para buscar Francisquinha e volta segurando uma cabeça falsa com a máscara de Francisquinha, envoltos num véu de noiva.)



CENA 57: FRANCISQUINHA, FLÁVIO, HORÁCIO, FLAMÍNIA, ISABELA, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Francisquinha banca a temerosa, depois concorda. Arlequim manda perdoar algumas espertezas a uma certa Colombina. Velhos concordam; ele finge esconjurar, depois arranca a barba postiça do rosto, revela-se; nisto



CENA 58: COLOMBINA, FRANCISQUINHA, FLÁVIO, HORÁCIO, FLAMÍNIA, ISABELA, ARLEQUIM, COVIELO e GRACIANO

Colombina confessa todas as espertezas que aprontou para contentar os jovens amantes e para salvaguardar a honra de suas casas; todos louvam-no.



E aqui termina a comédia.



Cenas a serem ensaiadas

Flávio endemoninhado e fazendo atos de possuídos.

Isabela e Horácio fazem cena amorosa.

Flamínia desata a cantar, e Arlequim a dançar – noite dos mascarados.

Flamínia à janela, faz cena amorosa com Flávio.

Arlequim sobe na escada para jogar carta.

Arlequim vomitando por ter bebido o remédio.

Atos ébrios de Graciano, Capitão, Colombina, Francisquinha e Covielo.

Arlequim leva-os todos, um a um, dentro de casa, em vários modos ridículos.