Assisto empolgado e emocionado a posse da presidenta Dilma. O que me causa maior espanto é perceber que nenhum jornalista se refere à Dilma como presidenta, mas sim presidente. Para ser preciso, a TV Brasil, retransmitido na Bahia pela TVE, e ocasionalmente a Rede Record, usavam o termo presidenta. As outras emissoras, ainda quando citam as palavras de Dilma às transformam, ou camuflam, ao masculino. Aí eu me pergunto, será proposital? Tanto os termos presidente quanto presidenta estão corretos, mas somente um sobreviverá. Eu duvido muito que os jornalistas não saibam disso. Sarney do topo de sua arrogância falava presidente, mas desse cidadão eu quero me distinguir o mais possível. Não é um momento qualquer na história do Brasil, nos próximos 500 anos, pelo menos, Dilma vai ser lembrada como a primeira presidenta ou presidente do Brasil. Não sei se ela será uma boa ou uma má governante, isso não vem ao caso aqui, mas como deve se chamar o maior cargo da política brasileira quando ocupado por uma mulher. A língua de um povo é o seu espelho, a sua alma. Eu quero um país rico, justo e ecológico, um país em que não haja diferenças econômicas gritantes entre os seus habitantes, um país de negros, índios, brancos, homens e mulheres. Milhões são os casos de violência contra a mulher. Um coletivo de um homem no meio de muitas mulheres é chamado de “eles”. Será que esses fatos estão relacionados? No mundo, séculos de um sistema patriarcal causou uma série de desigualdades de gênero que foi preciso o surgimento do movimento feminista para reagir intensamente às manifestações machistas. O eco-sistema, e aqui falo da maneira mais global possível, estará mais equilibrado se reduzirmos as diferenças sociais, se formos mais condescendentes, se nos preocuparmos mais com o ser do que com o ter, se houver respeito entre os seres. Se respeitarmos as raças, os credos, os ideais, os povos e os gêneros poderemos vislumbrar a Terra com menos acidentes climáticos e mantê-la por mais tempo em seu delicado equilíbrio.
A imprensa brasileira, com sua mania de perseguição, sugere que está havendo uma tentativa de retorno da censura. Mas a imprensa brasileira não é um substantivo abstrato, é concreto e possui proprietários com interesses econômicos cada vez mais gananciosos. Do tipo que vão contra o equilíbrio planetário. A exceção da TVE todas as emissoras brasileiras chamavam Dilma presidente. A programação sucessiva da TVE à posse de Dilma foram os programas Sustentáculo e Almanaque, ambos com preocupação sócio-ambiental típico de uma rede televisiva com responsabilidade social.
Pessoalmente acredito que a mulher tenha qualidades de harmonização, de afetividade, de compreensão, mais desenvolvidas que o homem. E, no entanto, percebo que mesmo em um país emancipado como o Brasil, se comparado com os países do Oriente Médio, as mulheres são descriminadas e desvalorizadas. É isso que proponho com esse texto apressado, uma revalorização feminina. A utilização do termo presidenta. E para essa campanha não acredito que possamos contar com a imprensa “livre”, não por enquanto. Devemos jogar toda essa força pela internet. A mesma net que me permite despedir assim: adeus amig@s.