segunda-feira, 12 de março de 2012

A FALSA DEFUNTA - Sitorne, 15 e 16/03. 20h


A FALSA DEFUNTA
Adaptação de Marcus Villa Góis da tradução de Roberta Barni do original de Flaminio Scala em Il Teatro delle favole rappresentative... Ed. Iluminuras, São Paulo, 2003. 1ª Ed.: Pulciani, Veneza, 1611. Falas de Pantaleão: Daniela Onnis.

Personagens

Pantaleão, velho – Ator 1
Flamínia, sua filha dada por morta – Ator 2
Arlequim, criado – Ator 3
Graciano, Doutor – Ator 4
Isabela, sua filha – Ator 5
Francisquinha, criada do Doutor – Ator 2
Flávio, filho do Doutor – Ator 7
Colombina, criada do Doutor – Ator 1
Horácio – Ator 6
Ambulante – Ator 4 ou 2


COISAS: Tabuleiro com poções. Corda comprida. Camisola de Flamínia. Capa de Flávio. Uma vela. Dois candeeiros.

Argumento
                Morava em Bolonha um fidalgo de boa família, conhecido por Pantaleão, ornado em hábitos virtuosos, que tinha uma filha chamada Flamínia e um empregado conhecido por Arlequim. Desejando uni-la em feliz laço nupcial, deliberou consigo casá-la em outro lugar, com pessoa que, nos negócios do mercadejar, era seu semelhante.
                A jovem, porém, ardia de profundo amor por um jovem de sua mesma pátria, chamado Flávio, filho de Graciano e irmão de Isabela. Flávio, vendo seu desejo ser obstaculado apenas pela vontade de Pantaleão, de combinação com a jovem administra-lhe um sonífero. Tal qual Romeu e Julieta. Com isto a jovem foi dada por morta e sepultada, como na trama do argumento se compreenderá.

Cidade. Noite.

CENA 1: AMBULANTE
Ambulante vendendo poção que tudo cura; mas quando misturada com álcool, faz dormir profundamente.

CENA 2: ARLEQUIM, GRACIANO, PANTALEÃO, FRANCISQUINHA, HORÁCIO, ISABELA e FLÁVIO.
Entra cortejo fúnebre com todos.

CENA 3: FLÁVIO, HORÁCIO.
Horácio descreve sua dor pela amiga Flamínia. Flávio se compadece pelo estado de Horácio. Horácio consternado sai para casa de Pantaleão para comer algo do velório. Flávio descreve seu amor por Flamínia e explica que ela finge estar morta por que seu pai não permitiu o casamento.

CENA 4: PANTALEÃO, GRACIANO, ARLEQUIM, ISABELA, FRANCISQUINHA, FLÁVIO e HORÁCIO.
Graciano apresenta seus sentimentos a Pantaleão. Todos apresentam seus sentimentos em fila e saem pra casa de Graciano. Pantaleão recebe os pêsames de todos e entra em casa. Flávio observa e depois lamenta a dor de Pantaleão. Quando está só lamenta a sua própria dor, e lamenta pela confusão que causou.

CENA 5: COLOMBINA e FLÁVIO.
Colombina diz que está tudo pronto e pergunta o que fazer com Flamínia. Flávio dá uma capa a Colombina para cobrir Flamínia e diz que a leve para sua casa, pois ela está de camisola. Colombina mostra os utensílios para puxar Flamínia e sai.

CENA 6: ISABELA, FRANCISQUINHA, HORÁCIO e FLÁVIO
Isabela sai da casa de Pantaleão acompanhada por Francisquinha. Francisquinha manda Isabela levar a vela, pois é noite e não tem candeeiro. Flávio chama Horácio e pede a ele que leve Isabela até a casa dela. Horácio reclama que não tem nada pra comer. Francisquinha volta pra casa. Flávio sai pela rua. Horácio leva Isabela. Isabela chora. Horácio consola-a e diz que também está triste por Flamínia; Isabela revela seu amor por Horácio e chora mais. Horácio diz que também a ama e marca um encontro, no mesmo local, para mais tarde. Isabela aceita e bate na porta.

CENA 7: GRACIANO, HORÁCIO e ISABELA.
Graciano aparece e agradece a Horácio por trazer a filha. Horácio retribui agradecimento e sai. Graciano pergunta a Isabela quem teria dado a ela aquela vela. Isabela responde: “Francisquinha”. Graciano lamenta a dor e a avareza de Pantaleão e entra com a filha.

CENA 8: FLAMÍNIA e PANTALEÃO.
Flamínia aparece de camisola, sem a capa, fugindo, pedindo socorro ao pai. Pantaleão, com candeeiro, fala: “É a voz da filha adorada/ Que ouço me chamar?/ Só pode ser alma penada!/ Vou já pra casa rezar!”. Flamínia desesperada sai correndo.

CENA 9: ARLEQUIM.
Arlequim, com medo, explica que encontrou a sepultura aberta, utensílios e uma  capa, fala de como o patrão é sovina e mandou enterrar a filha sem roupa adequada e de noite, se alegra pela capa e veste, deixando sua camisa no chão.

CENA 10: COLOMBINA e FLÁVIO.
Colombina explica o que aconteceu no cemitério (enquanto ela puxava Flamínia, a Polícia chegou). Flávio ouve, pergunta da capa. Colombina responde que deve estar com ela. Flávio manda Colombina procurar Flamínia. Colombina sai par procurar perto do cemitério. Flávio procura por ali.

CENA 11: ARLEQUIM e FLÁVIO.
Arlequim aparece com a capa. Flávio vê e reconhece sua capa e conclui que por baixo só pode estar Flamínia, seu amor. Arlequim pergunta quem está ai?  Flávio responde: “Eu meu amor!”. Arlequim se sente amado, quer aproveitar a oportunidade e agarra-o. Se reconhecem. Flávio estranha e pergunta da capa. Arlequim responde que encontrou a capa ao lado do túmulo. Flávio foge com medo do maluco.

CENA 12: ISABELA e ARLEQUIM.
Isabela entra aflita procurando Horácio e diz que ele já está atrasado. Vê Arlequim com a capa do seu irmão, e acreditando ser Flávio o chama. Arlequim: sem entender, sai. Isabela estranha.

CENA 13: HORÁCIO e ISABELA.
Horácio chega com um candeeiro. Isabela fala de amor a ele. Cena de amor. Horácio diz que a protegerá e a leva para casa. Ela entra em casa com Horácio.  Ele se alegra.

CENA 14: FLAMÍNIA.
Flamínia, ainda de camisola, seduzindo o público, fala do medo de estar sozinha à noite; vê um candeeiro chegando e, com medo, veste a roupa de Arlequim deixando a sua no chão. Sai.

CENA 15: COLOMBINA.
Colombina, com um candeeiro, diz que não encontrou Flamínia e veste as roupas dela que achou e sai.

CENA 16: FLAMÍNIA e ISABELA.
Flamínia volta pra apanhar sua roupa que aquela é de um criado, e está suja e fedorenta. Não acha sua roupa. Desesperada diz que se fingiu de morta pela proibição de Pantaleão e pelo amor de Flávio, mas que agora não sabe o que fazer, e que então baterá na casa de Graciano e procurará por Isabela para lhe emprestar uma roupa. Grita: “Isabela!”. Isabela, de dentro responde: “Quem me chama?”. “Sou eu Flamínia”. Isabela, gritando, “O fantasma de Flamínia está aqui!”. Foge para dentro de casa.

CENA 17: FLAMÍNIA e ARLEQUIM.
Flamínia, desesperada, porque o dia já vai nascer. Arlequim entra de costas com a capa de Flávio. Flamínia lhe diz palavras amorosas, pensando tratar-se do Flávio. Arlequim, reconhecendo suas roupas e o fantasma, bate na casa de Pantaleão. Flamínia, assustada por não ser o seu amor, foge.

CENA 18: PANTALEÃO e ARLEQUIM.
Pantaleão, de camisolão, vêm para fora. Arlequim diz que o fantasma de Flamínia continua vagando pela cidade. Pantaleão ri dele e diz: “Arlequim, servo maldito/Dessas histórias não quero saber/Em fantasmas, não acredito/Vais apanhar para aprender!”. Sai de cena batendo em Arlequim.

CENA 19: FLAMÍNIA, COLOMBINA, ARLEQUIM, PANTALEÃO, GRACIANO, ISABELA, FLÁVIO. HORÁCIO.
Flamínia lamenta a confusão por sua causa. Colombina, chega, olham-se e reconhecem-se. Flamínia diz que precisa entrar na casa de Graciano, pra pegar uma roupa com Isabela e se encontrar com Flávio. Colombina abre a porta da casa de Graciano com ferramentas e entra. Flamínia, feliz, entra na casa de Graciano.

CENA 20: ARLEQUIM, GRACIANO, ISABELA, HORÁCIO e PANTALEÃO.
Todos: pelo outro lado, saem da casa de Graciano, um a um, com medo, fugindo do fantasma e tremendo. Pantaleão, ouvindo a confusão, vai para fora, e pergunta o que está acontecendo. Todos respondem com medo do fantasma.

CENA 21:FLÁVIO, FLAMÍNIA, ARLEQUIM, GRACIANO, ISABELA, HORÁCIO e PANTALEÃO.
Flávio sai da casa junto com Flamínia e explica a situação e pede a mão ao pai dela. Pantaleão consente no casamento.

CENA 22:FLÁVIO, FLAMÍNIA, ARLEQUIM, GRACIANO, ISABELA, HORÁCIO e PANTALEÃO.
Saem todos em marcha nupcial.

Cenas a serem ensaiadas:
Vendedor de ervas milagrosas. Cortejo fúnebre. Descrevendo dor. Descrevendo seu amor. Casamento.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A Comédia na Comédia


A COMÉDIA NA COMÉDIA
Tradução, adaptação e argumento: Marcus Villa Góis. Manuscrito original de Basilio Locatelli, conservado na Biblioteca Casanatense Roma, Manoscritti 1211 e 1212. Publicado por: TESTAVERDE, Anna Maria. I Canovacci della Comedia dellArte. Torino: Giulio Einaudi, 2007.

Personagens
Pantaleão, ator 1.
Isabela, filha, ator 5.
Arlequim, servo, ator 3.
Covielo, ator 6.
Flamínia, filha, ator 2.
Flávio, depois Curzio, filho de Covielo, ator 7.
Médico, ator 2.
Graziano, ator, ator 4.
Horácio, ator, depois Cataldo, filho de Pantaleão, ator 6.

Coisas: 5 cadeiras, um florete. Barba falsa para Flávio.

Argumento:
                Vivia em uma pequena cidade do interior dois distintos e velhos amigos: Pantaleão e Covielo; todos os dois viúvos. Pantaleão tinha por filhos Isabela e Cataldo, este desaparecido há muitos anos, e Covielo tinha por filhos Curzio e Flamínia. Para satisfazer o desejo do amigo Pantaleão cede a filha à Covielo. Para comemorar as núpcias contratam um grupo de atores para representarem uma comédia, a partir deste momento muitas verdades começam a ser reveladas, muitas máscaras começam a cair.

CENA 1: PANTALEÃO e ARLEQUIM
Pantaleão, vindo de casa com Arlequim, diz querer casar sua filhinha, Isabela, por já estar na idade e porque Covielo a pediu em casamento; bate na porta da casa de Covielo.

CENA 2: COVIELO, PANTALEÃO e ARLEQUIM
Covielo, vindo de casa, ouve como Pantaleão está contente de lhe dar Isabela como esposa, fazem lazzi, entram em acordo pelo dote. Pantaleão manda Arlequim chamar Isabela. Arlequim grita. Nisto

CENA 3: ISABELA, COVIELO, PANTALEÃO e ARLEQUIM
Isabela vem de casa,  compreende, por seu pai, a promessa de se casar com Covielo, ela recusa, fazem lazzi, ao fim, por força de bravatas e ameaças, toca mão a mão com Covielo, Isabela, descontente, entra em casa; Covielo diz que vai ao cartório para fazer as certidões e que esperará Pantaleão, parte pela rua. Pantaleão diz a Arlequim que vá convidar os parentes e que chame os comediantes para alegrar a festa, Arlequim, que fará tudo, parte pela rua. Pantaleão que vai encontrar Covielo, parte pela rua.

CENA 4: FLÁVIO
Flávio vem da rua dizendo ter abandonado os estudos em Salvador pelo amor que tem por Isabela e estar disfarçado por medo de seu pai Covielo, bate na porta de Isabela; nisto

CENA 5: ISABELA e FLÁVIO
Isabela vem de casa, reconhece Curzio, que afirma estar incógnito com barba postiça, tendo mudado o nome para Flávio pelo amor dela e ter abandonado os estudos em Salvador. Isabela se desespera pois Pantaleão, seu pai, a casará com Covielo; Flávio, sofrendo, diz que permaneça com o ânimo bom, que ele vai tentar estragar tudo, parte pela rua, Isabela entra em casa.

CENA 6: PANTALEÃO
Pantaleão vem da rua, diz ter feito as certidões com Covielo e querer arrumar as núpcias. Nisto

CENA 7: ARLEQUIM, GRACIANO e PANTALEÃO
Arlequim entra da rua; diz a Pantaleão ter convidado os parentes e ter trazido o chefe dos comediantes. Mostra-lhe Graciano, Pantaleão lhe pergunta qual é o seu papel, Graciano diz fazer o apaixonado, Pantaleão ri, dizendo: “Olha a cara-de-pau para fazer o apaixonado”, ao fim combinam pela comédia dez escudos, lhe dá o calção, Graciano diz querer chamar os companheiros, sai pela rua. Pantaleão manda Arlequim trazer as cadeiras, diz não ver a hora que comece, todos entram em casa.

CENA 8: COVIELO
Covielo entra da rua, alegre pelas núpcias e festas que quer dar. Diz querer divertir Flamínia, sua filhinha, na festa, bate em casa. Nisto

CENA 9: FLAMÍNIA e COVIELO
Flamínia da janela de casa ouve que Covielo se casará. Ele diz querer casar ela em breve e que venha à festa e à comédia que se fará, ela desce. Covielo bate na casa de Pantaleão. Nisto

CENA 10: PANTALEÃO, ISABELA, ARLEQUIM, FLAMÍNIA e COVIELO
Pantaleão vem de casa junto com Isabela e Arlequim. Pantaleão abraça Covielo seu genro, fazendo gaiatices com Isabela de má-vontade. Arlequim manda que todos se sentem e que os comediantes se aprontem. Nisto

CENA 11: FLÁVIO, PANTALEÃO, ISABELA, ARLEQUIM, FLAMÍNIA e COVIELO
Flávio vem da rua; Arlequim apresenta o forasteiro a todos. Flávio se coloca à parte para ouvir a comédia. Arlequim dá ordens que se deve começar. Nisto

CENA 12: GRACIANO, FLÁVIO, PANTALEÃO, ISABELA, ARLEQUIM, FLAMÍNIA e COVIELO
Graciano, primeiro toca e faz música. Covielo sai da platéia com incontinência urinária. Graciano anuncia o silêncio, que se fará uma comédia ao improviso, entra. Nisto

CENA 13: HORÁCIO, FLÁVIO, PANTALEÃO, ISABELA, ARLEQUIM e FLAMÍNIA    - TEATRO
Horácio vem da rua, narra o amor que tem por Vitoria, filha de Graciano, diz querer pedi-la ao pai como esposa; bate

CENA 14: GRACIANO, HORÁCIO, FLÁVIO, PANTALEÃO, ISABELA, ARLEQUIM e FLAMÍNIA
Graciano vem de casa e ouve tudo de Horácio, fazem o acordo de casamento; Horácio sai, Graciano reclama que podia arrumar alguém mais rico. Nisto, cai no chão uma luva de Isabela.

CENA 15: COVIELO, GRACIANO, FLÁVIO, PANTALEÃO, ISABELA, ARLEQUIM e FLAMÍNIA
Covielo retorna arrumando as calças e vê Flávio correndo para recuperar a luva, beijando a luva e oferecendo-a de volta a Isabela; Covielo gritando empurra a mão de Flávio, intercede dizendo que o forasteiro se afaste. Fazendo rumor, todos murmurando fogem, primeiro Arlequim para esquerda, depois Graciano para a direita, Pantaleão conduz Isabela e Flamínia para casa. Flávio foge e Covielo o segue com a espada em riste.

CENA 16: PANTALEÃO e ARLEQUIM
Pantaleão sai de casa e manda Arlequim levar embora as cadeiras. Enquanto Arlequim arruma, Pantaleão lamenta do inconveniente ocorrido, diz que Isabela está mal pelo susto que tomou e manda Arlequim chamar um médico. Arlequim sai levando as cadeiras. Nisto

CENA 17: PANTALEÃO e COVIELO
Covielo vem pela rua, armado, diz querer vingar-se de Flávio que ele não devia fazer aquilo que fez e querer matá-lo. Pantaleão repreende Covielo dizendo não ter sido grande coisa e por isso não devia sentir-se ultrajado. Pantaleão avisa que Isabela está doente, Covielo desesperado quer ir chamar o médico, os dois partem pela rua.

CENA 18: FLÁVIO e ARLEQUIM
Flavio e Arlequim vêm pela rua, Arlequim conta que Isabela está doente por causa do susto que levou, Flávio lhe promete uma gorjeta se o ajudar e manda chamar Isabela. Arlequim entra na casa de Pantaleão. Nisto

CENA 19: ISABELA e FLÁVIO
Isabela da janela de casa fala do susto que passou, depois falam amorosamente, trocando juras, combinam um encontro para fugir juntos às duas horas da manhã; Isabela entra em casa, Flávio sai para encontrar destino para a fuga; parte pela rua.

CENA 20: HORÁCIO
Horácio vem pela rua, fala português, se queixa de quando atuava na comédia, devia ter falado espanhol, e diz que, quando ele atuou na comédia na casa de Pantaleão, viu uma belíssima jovem que lhe olhava muito e ter-se enamorado dela, diz não saber quem ela seja, vai procurando-a. Nisto

CENA 21:  FLAMÍNIA e HORÁCIO
Flamínia surge na janela, vê Horácio, se cumprimentam juntos, é convidada a descer, ela vêm para baixo. Horácio declara o seu amor, ela aceita-o, e diz que porque o pai não a quer casar, ela quer por conta própria, diz querer satisfazê-lo, mas na casa de uma vizinha. Combinam encontrar-se às duas horas da manhã; Flamínia entra em casa, Horácio alegre, parte pela rua.

CENA 22: MÉDICO
Médico vem pela rua, diz ser o médico mandado por Pantaleão para visitar Isabela, sua filhinha noiva, estando adoentada, bate na casa de Pantaleão. Nisto

CENA 23: ARLEQUIM e MÉDICO
Arlequim na janela entende ser o médico que veio ver a noiva, o faz entrar e todos entram em casa.

CENA 24: PANTALEÃO e COVIELO
Pantaleão vem pela rua e diz ter mandado o médico para ver a esposa, dizem querer saber como esteja, batem na casa de Pantaleão. Nisto

CENA 25: MÉDICO, PANTALEÃO e COVIELO
Médico vem de casa, diz que a doente se curou, não ser nada e que está bem, todos se alegram;  Covielo diz querer guardar a arma, entra em casa, eles ficam. Nisto

CENA 26: GRACIANO, MÉDICO e PANTALEÃO
Graciano vem pela rua, vê Pantaleão, lhe chama à parte e pede o dinheiro da comédia. Pantaleão diz que não terminaram de fazer, Graciano que não importa, que não foi por culpa deles; ao fim, Pantaleão diz que fará pagar agora do seu irmão, por ele não ter dinheiro consigo, lhe mostra o médico, Graciano diz que sim e diz estar contente; Pantaleão diz ao médico, à parte, que aquele homem está mau e que insistiu para que fizesse a gentileza de sentir o seu pulso, faz um sinal a Graciano, o médico diz que sim. Pantaleão diz que este será o pagamento que ele merece, sai pela rua. Médico diz que se aproxime, que quer sentir seu pulso, Graciano não quer, ao fim deixa fazer aquilo que ele quer, Graciano lhe ordena que lhe dê oito escudos que ele ficou de dar, médico diz que a febre o fez delirar, que ela deve ser maligna, que é necessário ainda tirar o sangue, fazendo lazzi, ao fim apertam as mãos e partem pela rua.

CENA 27: HORÁCIO
Horácio vem pela rua, finge noite, diz não saber qual seja a casa de Flamínia, diz ser a hora de encontrar-se, conforme marcaram. Nisto

CENA 28: ISABELA e HORÁCIO
Isabela sai de casa, fingindo noite escura, faz sinal, acreditando que Horácio seja Flávio, e Horácio acreditando que Isabela seja Flamínia, tratam-se de “meu amor”, “minha paz”, “meu tesouro”, se abraçam e partem pela estrada.

CENA 29: FLÁVIO
Flávio vem pela rua, fingindo noite, diz querer levar embora Isabela e mantê-la na casa de um amigo. Nisto

CENA 30: FLAMÍNIA e FLÁVIO
Flamínia sai de casa, fazem sinal, tratam-se de “meu amor”, “minha paz”, “meu tesouro”, ela acredita ser Horácio e ele acredita ser Isabela, sem falar se abraçam, fingindo noite, saem pela rua.

CENA 31: HORÁCIO e ISABELA
Horácio e Isabela vêm pela rua, tendo descoberto não serem amantes, Isabela implora a salvar a sua honra e o amor de Flávio e que, por gentileza, a leve na casa de uma amiga sua por respeito ao seu pai e tente encontrar Flávio; Horácio se lamenta e depois, ao fim, suplicado, se contenta, partem pela rua.

CENA 32: FLÁVIO e FLAMÍNIA
Flávio e Flamínia vêm pela rua, eles descobriram não serem amantes, Flamínia se lastima pensando que fosse o Horácio, Flávio lamenta por Isabela, duvida que não esteja em casa. Nisto

CENA 33: HORÁCIO, FLÁVIO e FLAMÍNIA
Horácio vem pela rua lamentando-se da má sorte de não ter visto Flamínia, a vê, entende tudo o que ocorreu, ao fim descobrem, ele e Flávio, um ter a namorada do outro, gabam-se de nenhum ter prejudicado o amigo em sua honra, dizem querer ir se divertir, partem pela rua.

CENA 34: COVIELO
Covielo sai de casa, fingindo manhã cedo, dizendo não ter dormido toda a noite pensando em Isabela que quer logo tomar por esposa já que não possui qualquer mal. Bate na casa de Pantaleão. Nisto

CENA 35: ARLEQUIM e COVIELO
Arlequim surge na janela, fingindo dormir faz lazzi. Covielo chama por Pantaleão, Arlequim diz que dorme, mas ao fim entra e chama. Nisto

CENA 36: PANTALEÃO e COVIELO
Pantaleão da janela, fingindo levantar-se agora da cama, Covielo diz querer a mulher, que a quer levar sem fazer núpcias nem festas; Pantaleão sai e diz que está muito cansado, que toda aquela noite ouviu passos pela casa, ao fim rogado, chama Isabela. Nisto

CENA 37: ARLEQUIM, PANTALEÃO e COVIELO
Arlequim da janela de casa ouve que chamam Isabela, que chegou o esposo e que a acorde. Arlequim entra e sai várias vezes, fazendo lazzi que dorme, às vezes na janela, às vezes na rua; ao fim diz que Isabela não está em casa, Pantaleão e Covielo se desesperam, entram e saem da casa, um por vez, e não a encontram, duvidam que tenha sido seqüestrada, dizem querer armar-se e procurá-la; Pantaleão e Arlequim entram em sua casa, Covielo na dele.

CENA 38: FLÁVIO e HORÁCIO
Flávio e Horácio dizem ter deixado as amorosas na casa de uma vizinha e querer pedi-las aos seus pais como esposas. E se eles não quiserem dar, querer levá-las de qualquer modo pelo mundo, se escondem vendo vir o pai de Flamínia. Nisto

CENA 39: COVIELO
Covielo vindo de casa, estando desesperado, pois não encontrou Flamínia, sua filhinha, em casa. Bate na casa de Pantaleão. Nisto

CENA 40: PANTALEÃO, ARLEQUIM e COVIELO
Pantaleão e Arlequim saem de casa, armados. Covielo narra que Flamínia também fugiu de casa, resolvem matar quem tenha colocado a mão nelas.

CENA 41: FLÁVIO (CURZIO), PANTALEÃO, ARLEQUIM e COVIELO (HORÁCIO)
Flávio sai do esconderijo com a mão na barba e se aproxima de Covielo. Covielo pergunta onde está Isabela. Flávio diz ter algo importante para revelar. Covielo retira a capa e a máscara e entrega a Flávio para segurar. Horácio surge, implora Flamínia por esposa e veste novamente a máscara. Covielo diz que não por ele ser ator, retira novamente a máscara. Horácio diz que não se ofenda pois ele é um nobre cavalheiro, que Graciano pode testemunhar pois o criou desde pequeno com Francisquinha sua mãe de leite, mas que seu pai verdadeiro se chamava Pantaleão dos Humildes; Pantaleão ouve isso, reconhece Horácio como Cataldo, seu filhinho. Pantaleão narra que o tutor Graciano levou embora Francisquinha e que Francisquinha levou consigo Cataldo por tê-lo amamentado; fazendo alegrias o abraça. Horácio veste a máscara e a capa. Covielo surge contente por ter entendido que Horácio seja filho de Pantaleão e lhe concede por esposa Flamínia; Flávio se ajoelha defronte a Covielo, seu pai, e, tirando do rosto a barba postiça, revela-se Curzio e diz estar disfarçado por ter fugido dos estudos em Salvador pelo amor de Isabela; Covielo o perdoa e Pantaleão lhe concede Isabela sua filha por mulher; fazendo alegrias, sai Flávio (Curzio) e Covielo para chamar as mulheres. Nisto

CENA 42: GRACIANO, PANTALEÃO e ARLEQUIM
Graciano vem pela rua, pede a Pantaleão que o pague pela comédia feita, Pantaleão o pega e lhe revela tudo, de ter levado embora Francisquinha e Cataldo, seu filhinho. Graciano lhe pede perdão e diz que para trabalhar faziam comédias e para não ser reconhecido ele tinha cortado a barba. Pantaleão lhe perdoa. Nisto

CENA 43: HORÁCIO, ISABELA, FLAMÍNIA, FLÁVIO, GRACIANO, PANTALEÃO e ARLEQUIM
Isabela e Flávio de mãos dadas, e Horácio e Flamínia abraçados, desfilam com Pantaleão, Arlequim e Graciano tocando instrumentos pelas ruas, comemorando os casamentos.  Fazendo alegrias entram para fazer as núpcias, todos em casa.

Fim da comédia.