domingo, 27 de março de 2011

O Feiticeiro Fajuto da Quarta de Cinzas

O Feiticeiro Fajuto da Quarta de Cinzas
Adaptação de Marcus Villa Góis da tradução de Roberta Barni do original de Flaminio Scala em Il teatro delle favole rappresentative... Ed. Iluminuras, São Paulo, 2003. 1ª Ed.: Pulciani, Veneza, 1611.

Personagens


Covielo – ator 6.
Isabela – filha – ator 5.
Colombina – criada – ator 1.
Graciano – doutor - ator 4.
Flamínia – filha – ator 2.
Horácio – filho – ator 6.
Arlequim – criado – ator 3.
Francisquinha – criada – ator 2.
Flávio – sozinho e nobre – ator 7.
Médico -  ator 3.
Capitão espavento - ator 7.
Policiais – atores 5 e 2.




Coisas: Dois trajes de espírito; quatro copos com vinho; uma rosca; roupa de feiticeiro; roupa de Padilha, com o tridente, para Francisquinha. Candeia; Lanterna e 2 capacetes de policial; remédio; serpentinas de carnaval; escada sem apoio.



Argumento

                Moravam em Roma dois grandes mercadores, o primeiro chamava-se Covielo, que tinha uma só filha, certa Isabela, e o segundo chamava-se Graciano, que tinha dois filhos, um de nome Horácio e a outra chamada Flamínia. Compraram, estes dois amigos, algumas propriedades deliciosas nas cercanias de Roma, para onde se iam a deleite, junto a suas famílias, durante o verão.

                Deu-se que, ali perto, um jovem dotado de nobreza, virtudes e bens, tinha uma propriedade; este jovem, chamado Flávio, como costuma acontecer, encantou-se com Flamínia, filha de Graciano e, por ter estreitado laços de amizade com Horácio, irmão dela, revelou-lhe o seu amor, pelo qual tudo o que mais desejava era transformá-la em sua esposa. Isso agradou a Horácio, que prometeu dar-lhe toda a ajuda para que desfrutasse honestamente da irmã. Horácio, por sua vez, revelou o seu amor por Isabela, filha de Covielo, tão amigo de seu pai. Flávio, para satisfazer a si próprio e dar ajuda ao amigo, deu para banquetear os dois velhos pais com as jovens filhas, já que a sua propriedade era colada com a deles. Assim perseverando, com tempo e com conforto, com a ajuda dos criados, ambos os jovens desfrutaram de suas amadas, e para enorme contento engravidaram as mulheres. E por serem demasiados sôfregos e solícitos naqueles seus amores, causaram desconfiança aos velhos, e particularmente a Covielo, o qual imediatamente voltou, com seu amigo Graciano e com toda a família, à cidade. Mal tinham regressado à cidade e as duas mulheres (cujo corpo avolumava), por invenção dos criados, fingiram-se uma com barriga d’água, e endemoninhada a outra. O jovem Flávio, para dar sinal que os mencionados males tivessem sido causados pela permanência na cidade, também fingiu-se de idiota algumas vezes. Por fim, por combinação dos criados, um deles fingiu-se feiticeiro, fazendo com que, com sua astúcia, os pais concordassem em dar em casamento as filhas aos jovens. Revelado o caso, é-lhes perdoada toda a falta, e com grandíssima felicidade passou-se depois todo o tempo de suas vidas.



Carnaval



CENA 1: COVIELO e COLOMBINA

Covielo aflige-se com Colombina, sua criada, pela enfermidade de Isabela, sua filha, e por sua barriga estar ficando tão avolumada. Colombina culpa muitas coisas na vivenda onde passaram o verão com toda a família, e que seria bom lhe dar um marido, propondo-lhe Horácio. Covielo, encolerizado, diz que prefere antes afogá-la; nisto



CENA 2: FLÁVIO, COVIELO e COLOMBINA

Flávio endemoninhado, vai discorrendo consigo próprio e à roda de Covielo, dizendo: “Sua filha morrerá” e fazendo atos de possuídos, para amedrontá-los; vai-se embora. Covielo manda Colombina buscar o médico, e esta vai-se. Covielo, sai.



CENA 3: HORÁCIO e ARLEQUIM

Horácio aflige-se com Arlequim pela desconfiança de Covielo, devido à qual deixaram tão prontamente a vivenda, tirando-lhe assim a oportunidade de lhe falar. Arlequim conta que Flávio, enquanto estavam na vivenda, mandou que dissesse a Covielo que estava possuído, mas que não sabe com que finalidade; nisto



CENA 4: COLOMBINA,  HORÁCIO e ARLEQUIM

Colombina diz a Horácio que o médico quer ver a urina de Isabela. Ele suspeita que o médico descubra a gravidez. Horácio diz que gostaria de falar com Isabela. Colombina entra para fazê-la urinar. Eles ficam; nisto



CENA 5: ISABELA, HORÁCIO e ARLEQUIM

Isabela pede a proteção de Horácio, estando a gravidez no auge; fazem cena amorosa; Isabela entra em casa; nisto



CENA 6: FLAMÍNIA, HORÁCIO e ARLEQUIM

Flamínia à janela, pede a proteção de Horácio seu irmão, dizendo-lhe como a sua gravidez está ficando cada vez mais perceptível; nisto



CENA 7: GRACIANO, FLAMÍNIA, HORÁCIO e ARLEQUIM

De dentro, chama a filha, perguntando com quem ela está conversando. Horácio vai embora. Flamínia fica com Arlequim, e, vendo o pai chegar, prontamente desata a cantar, e Arlequim a dançar; nisto



CENA 8: GRACIANO, FLAMÍNIA e ARLEQUIM

Graciano vendo Flamínia dançando e cantando crê que tenha enlouquecido; com belas palavras, manda-a para dentro, depois manda chamar Francisquinha.



CENA 9: FRANCISQUINHA, GRACIANO e ARLEQUIM

Francisquinha em cena, Graciano leva-a consigo à Ribanceira para comprar vinho, mandando Arlequim lavar o tonel, e que mandará o vinho pela porta da Caneva (para a festa de carnaval no dia seguinte), sai. Arlequim fica, nisto



CENA 10: CAPITÃO e ARLEQUIM

Capitão fala com Arlequim do amor que carrega por Isabela, e diz querer-lhe mandar uma carta, oferecendo-lhe cinqüenta escudos, se ele se dispuser jogar a carta janela adentro, e assim combinados vão escrevê-la, saem.



CENA 11: FLÁVIO e HORÁCIO

Flávio diz a Horácio que fingiu estar possuído para Covielo e tudo o que lhe disse. Horácio conta-lhe que Colombina inventou um modo através do qual eles poderão entrar nas casas de suas mulheres; e que é preciso avisá-las, agora que está anoitecendo; depois diz a Flávio que sua irmã está grávida dele, nisto



Noite



CENA 12: FLAMÍNIA, HORÁCIO e FLÁVIO

Flamínia à janela, faz cena amorosa com Flávio; nisto



CENA 13: ISABELA, FLAMÍNIA, HORÁCIO e FLÁVIO

Isabela, à janela, diz a Horácio que as dores da gravidez estão atormentando-a; Flamínia diz o mesmo. Horácio avisa as mulheres que Colombina arrumou um modo para possibilitar o encontro deles e que, seja o que for que elas virem, não devem temer porque tudo será para que possam estar de novo juntos. Mulheres. Alegres, recolhem-se; eles vão-se.



CENA 14: CAPITÃO e ARLEQUIM

Capitão com carta; Arlequim vai buscar a escada, dizendo que vai fingir estar caçando andorinhas, e que jogará a carta janela adentro. Capitão que lhe dará os cinqüenta escudos prometidos. Arlequim vai à sua casa para buscar escada e a candeia. Capitão retira-se; nisto



CENA 15: COVIELO e COLOMBINA

Covielo com candeia, fica sabendo que o médico encomendou o remédio para a manhã; entram em casa.



CENA 16: ARLEQUIM e CAPITÃO

Arlequim com a escada, diz que o vinho chegou; depois apóia a escada à janela de Isabela, caindo repetidas vezes. Capitão anima-o, Arlequim trepa no alto da escada; nisto



CENA 17: POLICIAIS, ARLEQUIM e CAPITÃO

Policiais com lanternão, fazem balburdia. Arlequim, de medo, despenca e foge. Capitão o mesmo, policiais atrás. Saem todos.



CENA 18: COLOMBINA

Colombina diz que ouviu uma balburdia enorme, e quer ir buscar o remédio, somente para animar a história e Covielo, sai.



Dia



CENA 19: GRACIANO e FRANCISQUINHA

Graciano diz que dormiram na casa do irmão, dizendo que mandaram o vinho e uma rosca, e diz que quer provar o vinho; batem na porta.



CENA 20: ARLEQUIM, GRACIANO e FRANCISQUINHA

Arlequim responde, depois fora recebe o patrão, dizendo que o vinho chegou. Graciano dá-lhe dinheiro para comprar meio quilo de queijo para o desjejum e diz que quer experimentar o vinho; entra com Francisquinha. Arlequim fica.



CENA 21: COLOMBINA e ARLEQUIM

Colombina com remédio, faz Arlequim acreditar ser um vinho. Arlequim bebe um pouco, fica enjoado, e vai-se. Colombina ri; nisto



CENA 22: COVIELO e COLOMBINA

Covielo desesperado por sua filha Isabela, vê Colombina com o frasco do remédio, manda-a em casa para dá-lo a Isabela. Covielo fica.



CENA 23: MÉDICO e COVIELO

Médico chega; Covielo afaga-o, rogando-lhe que cure sua filha; nisto



CENA 24: COLOMBINA, MÉDICO e COVIELO

Colombina em cena; Covielo ordena-lhe que leve o médico até Isabela, para que possa examinar melhor a sua doença, e sai. Médico manda chamar Isabela; Colombina  entra em casa, depois volta com Isabela.



CENA 25: ISABELA, COLOMBINA e MÉDICO

Isabela é examinada pelo médico; por fim ela confessa estar grávida de Horácio; nisto



CENA 26: GRACIANO, ISABELA, COLOMBINA e MÉDICO

Graciano apartado ouviu tudo. Médico consola-a, manda-a para casa, e ele sai com Colombina. Graciano diz que Horácio seu filho é um reles, e que por isso é que ele ficava de bom grado na vivenda; nisto



CENA 27: HORÁCIO e GRACIANO

Horácio chega; Graciano vai gracejando com Horácio sobre o amor, sobre a vivenda e sobre o engravidar das mulheres. Horácio imediatamente finge um mau súbito, sai. Graciano fica.



CENA 28: COVIELO e GRACIANO

Covielo chega. Graciano diz que compreendeu qual é a doença de Isabela e, para saná-la, pede-a em casamento por Horácio, seu filho, a Covielo seu pai. Covielo recusa. Graciano diz que se a quer curada, que a dê para Horácio. Covielo, encolerizado, sai para ir falar com o médico. Graciano fica.



CENA 29: ARLEQUIM e GRACIANO

Arlequim entra em cena com o queijo, entrega-o a Graciano, vomitando à sua volta por ter bebido o remédio. Graciano diz que entre em casa para experimentar do outro vinho, sai. Arlequim fica, vomitando; nisto



CENA 30: FRANCISQUINHA e ARLEQUIM

Francisquinha chama-o para provar o vinho. Ele vomita, e diz que seu corpo dói. Francisquinha entra; Arlequim se demora.



CENA 31: COLOMBINA e ARLEQUIM

Colombina diz que o médico é homem de bem. Arlequim queixa-se dele, enjoado e esforçando-se para por tudo para fora; nisto



CENA 32: GRACIANO, COLOMBINA e ARLEQUIM

Graciano, de dentro, chama Arlequim, perguntando-lhe quem está com ele. Ele diz: “Colombina!”. Graciano chama-a, que vá beber e festejar. Colombina entra, Arlequim fica; nisto



CENA 33: CAPITÃO e ARLEQUIM

Capitão chega, Arlequim quer os cinqüenta escudos, por ter jogado a carta pela janela; nisto



CENA 34: GRACIANO, CAPITÃO e ARLEQUIM

Graciano, comendo, sai para chamar Arlequim; vê o Capitão e convida-o a comer em casa; Arlequim, vomitando, vai atrás.



CENA 35: COVIELO e MÉDICO

Covielo pergunta a opinião do médico sobre a doença de sua filha. Médico diz a Covielo que case sua filha com quem ela quiser, e que se não o fizer, em breve tempo terá dor e desonra, e que os homens sábios sabem tomar as próprias decisões, e sai. Covielo fica pensativo quanto às palavras sobre a honra; lembra-se do que Graciano lhe disse, ouve cantos e brindes na casa dele; bate.



CENA 36: GRACIANO, CAPITÃO, COLOMBINA, FRANCISQUINHA e COVIELO

Comendo e bebendo e bêbados como gambás. Covielo repreende Graciano, que cai no chão bêbado, depois de muitos atos ébrios; e assim, um depois dos outros, todos caem no chão. Covielo espanta-se; nisto



CENA 37: ARLEQUIM, GRACIANO, CAPITÃO, COLOMBINA, FRANCISQUINHA e COVIELO

Arlequim leva-os todos, um a um, dentro de casa, em vários modos ridículos; por fim volta, quer pegar Covielo, que foge pela rua. Arlequim entra casa,



CENA 38: HORÁCIO E FLÁVIO

Horácio diz a Flávio estar desconfiado de que o pai saiba alguma coisa sobre o seu amor, devido às palavras que lhe disse antes; nisto



CENA 39: COLOMBINA, HORÁCIO e FLÁVIO

Colombina meia entorpecida pela bebedeira; os amantes afligem-se com ela, porque ela está esticando demais o assunto. Colombina que deixem com ela; nisto



CENA 40: CAPITÃO, ARLEQUIM, COLOMBINA, HORÁCIO e FLÁVIO

Capitão diz a Arlequim que lhe dará satisfação (dos cinqüenta escudos), cumprimenta os amantes, dizendo que o Doutor (Graciano) lhe deu de presente um excelente vinho, sai. Colombina manda Arlequim em casa, dizer às mulheres que logo estarão contentes; Arlequim sai. Colombina fala, aos ouvidos dos amantes, manda-os se disfarçarem de espíritos, com aquele amigo deles que faz máscaras e fantasias. Eles saem, Colombina fica.



CENA 41: COVIELO e COLOMBINA

Covielo ralha com Colombina porque fica se embebedando em vez de cuidar da casa. Colombina culpa o Doutor (Graciano), depois lhe diz que encontrou um sujeito que irá curar a sua filha; nisto



CENA 42: GRACIANO, COVIELO e COLOMBINA

Graciano chega, Covielo repreende-o. Graciano desculpa-se, dizendo que é Carnaval. Colombina diz mais uma vez que encontrou um sujeito (um feiticeiro) que irá curar as duas filhas deles. Graciano pede pela sua, mas pela de Covielo desata a rir, dizendo que ela nunca vai sarar, se não conseguir se casar com Horácio, seu filho. Colombina manda que a esperem no Boticário do Ourinol, e que não digam nada sobre o feiticeiro, pois ele não quer ficar conhecido. Eles saem, Colombina fica em cena.



CENA 43: ARLEQUIM e COLOMBINA

Arlequim chega; Colombina diz que quer tirar do aperto as suas patroas e burlar dos velhos. Manda-o se disfarçar de feiticeiro, e que, na volta, lhe dirá o que tem de fazer, avisando que, quando estiver diante de Covielo, deve fingir que está esconjurando os espíritos. Arlequim sai. Colombina bate para avisar as mulheres.



CENA 44: FLAMÍNIA e COLOMBINA

Flamínia à janela



CENA 45: ISABELA, FLAMÍNIA e COLOMBINA

Isabela à janela. Colombina avisa as mulheres que não tenham medo do que verão, porque tudo será encenação, e que depois fará elas sentirem doçura; mulheres, alegres, retiram-se. Colombina vai encontrar os amantes, sai.



CENA 46: ARLEQUIM

Arlequim, carregando a roupa de Padilha e o tridente, diz que pensou numa esperteza em dobro; chama Francisquinha.



CENA 47: FRANCISQUINHA e ARLEQUIM

Francisquinha entra em cena, recebe as coisas, e a ordem em seu ouvido, apontando o pórtico no alto da casa. Ela entra, ele vai se disfarçar, sai.



CENA 48: COVIELO e GRACIANO

Covielo diz a Graciano que quer arrumar marido para a filha, assim que ela tiver sarado, negando-se a dá-la para Horácio, já que na vivenda dera para afirmar que iria tê-la à sua revelia; mas diz que, se Graciano quiser lhe dar Flamínia em casamento, quando estiver curada, ele então concordará em dar Isabela para Horácio, seu filho. Graciano concorda; nisto



CENA 49: COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Colombina completamente esbaforida, diz ter perdido de vista o feiticeiro; nisto



CENA 50: ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Arlequim vestido de feiticeiro, esconjurando os espíritos, fala com os velhos, formando dois círculos, um de um lado da cena e o outro do outro lado, dentro dos quais manda entrar Covielo e Graciano, ordenando que eles, por mais que vejam e ouçam, não se mexam; nisto Arlequim esconjura, chama os espíritos.



CENA 51: HORÁCIO (ISABELA), FLÁVIO, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Horácio e Flávio vestidos de espírito, girando em volta dos círculos, assustando os velhos e Colombina. Depois cada um deles entra na casa da própria mulher. Os velhos se espantam, com gestos. Arlequim, olhando o céu, chama Padilha, a Rainha das Pombas-Giras, que venha acima da casa.



CENA 52: FRANCISQUINHA, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Francisquinha vestida como Padilha; Feiticeiro pergunta-lhe a vontade dos deuses quanto a casar as filhas dos velhos. Francisquinha diz que os deuses querem que Isabela seja de Horácio e Flamínia de Flávio, e que, os pais não concordando, aqueles espíritos que apareceram terão de levá-los aos infernos. Velhos concordam; Francisquinha sai; nisto e imediatamente



CENA 53: ISABELA, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Isabela sai dizendo: “Senhor meu pai, eu estou curada, e não quero outro marido se não aquele que está em casa”. Nisto e imediatamente



CENA 54: FLAMÍNIA, ISABELA, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Flaminia, de casa, diz o mesmo. Velhos dizem que não querem se aparentar com diabos (e saem). Feiticeiro: que quer que eles conheçam o seu valor; esconjura novamente (velhos voltam, Graciano segura uma cabeça falsa com a máscara de Covielo, os dois envoltos na capa de Graciano.)



CENA 55: HORÁCIO, FLAMÍNIA, ISABELA, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Horácio entra em cena em suas feições.



CENA 56: FLAVIO, HORÁCIO, FLAMÍNIA, ISABELA, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Flavio o mesmo. Arlequim os faz casar com as jovens, e eles querem premiá-lo. Arlequim diz não querer outro prêmio, senão Francisquinha; de acordo, chamam-na. (Arlequim entra para buscar Francisquinha e volta segurando uma cabeça falsa com a máscara de Francisquinha, envoltos num véu de noiva.)



CENA 57: FRANCISQUINHA, FLÁVIO, HORÁCIO, FLAMÍNIA, ISABELA, ARLEQUIM, COLOMBINA, COVIELO e GRACIANO

Francisquinha banca a temerosa, depois concorda. Arlequim manda perdoar algumas espertezas a uma certa Colombina. Velhos concordam; ele finge esconjurar, depois arranca a barba postiça do rosto, revela-se; nisto



CENA 58: COLOMBINA, FRANCISQUINHA, FLÁVIO, HORÁCIO, FLAMÍNIA, ISABELA, ARLEQUIM, COVIELO e GRACIANO

Colombina confessa todas as espertezas que aprontou para contentar os jovens amantes e para salvaguardar a honra de suas casas; todos louvam-no.



E aqui termina a comédia.



Cenas a serem ensaiadas

Flávio endemoninhado e fazendo atos de possuídos.

Isabela e Horácio fazem cena amorosa.

Flamínia desata a cantar, e Arlequim a dançar – noite dos mascarados.

Flamínia à janela, faz cena amorosa com Flávio.

Arlequim sobe na escada para jogar carta.

Arlequim vomitando por ter bebido o remédio.

Atos ébrios de Graciano, Capitão, Colombina, Francisquinha e Covielo.

Arlequim leva-os todos, um a um, dentro de casa, em vários modos ridículos.

terça-feira, 22 de março de 2011

Os Dois Parecidos

OS DOIS PARECIDOS

Tradução, adaptação e argumento: Marcus Villa Góis. Manuscrito original de Basilio Locatelli, conservado na Biblioteca Casanatense Roma, Manoscritti 1211 e 1212. Publicado por: TESTAVERDE, Anna Maria. I Canovacci della Comedia dellArte. Torino: Giulio Einaudi, 2007.



Personagens:

Pantaleão. Ator 1.

Isabela, filha. Ator 5.

Horácio, Marido  Ator 6. (Guarda chuva e cabelos arrepiados, corpo curvado).

Arlequim, seu servo. Ator 3.

Covielo, irmão parecido Ator 6. (Espada e chapéu, corpo reto).

Capitão, seu amigo. Ator 7.

Flamínia, prostituta. Ator 2.

Graciano. Ator 4.

Hortência, esposa. Ator 5.

Médico. Ator 7.



(Os personagens do Covielo e de Horácio devem ser feitos pelo mesmo ator. O albergue é uma estrutura central com duas entradas.)



Coisas:  duas roupas parecidas e barbas, vestido, anéis, colar, símbolo do albergue, uma mala, copos e vinho. (Guarda chuva, chapéu e espada.)



Argumento

                Há muitos anos atrás, morava em Bolonha um grande e bondoso Capitão chamado Francesco Andreini e sua esposa, poetisa e atriz, Isabela Andreini. Eles tiveram dois filhos gêmeos, o primeiro chamava-se Horácio e o segundo chamava-se Covielo. Com esses filhos ainda pequenos e junto a outros atores, o casal criou uma companhia de Commedia dell’Arte e passaram a viajar por toda a Europa apresentando seus espetáculos. Até que um dia, esta companhia, quando estava a caminho da França, foi seqüestrada por protestantes. Toda a companhia foi morta porque aqueles religiosos não suportavam a arte dramática. Sobraram somente os dois irmãos que foram mandados um para Fano, na Itália, o Horácio, e o outro acabou parando somente na Espanha, o Covielo, onde encontrou uma família que o criasse. Muitos anos se passaram até que os fatos aconteçam como a distinta platéia poderá perceber.



A cena se passa em Fano.



CENA 1: HORÁCIO e ARLEQUIM

Horácio vindo de casa; diz estar enamorado de Flamínia, cortesã, e ter-lhe prometido um vestido, um colar e dois anéis e não ter dinheiro, nem ter os presentes para mandar. Diz a Arlequim que encontre um meio qualquer para tirar as coisas da mão de Isabela, sua esposa. Arlequim tenta dissuadi-lo e deixar pra lá a cortesã, ao fim, pela insistência de Horácio, diz ter encontrado um meio: “certos atores fazem uma comédia belíssima e Isabela dirá que quer ir, então você diga que prometeu aos atores um vestido, colar e anéis”. Horácio diz: “Se ela quiser ir digo que prometi”, fazem gag do sim e do não e batem para chamar Isabela. Nisto.



CENA 2: ISABELA, HORÁCIO e ARLEQUIM

Isabela de casa; entende tudo, ela recusa e não quer  ir à comédia por não querer dar o vestido, no fim, pela insistência de Horácio, lhe dá tudo, quanto antes levar, melhor.  Fazem gag, Isabela entra em casa, Horácio e Arlequim alegres batem na casa de Flamínia. Nisto.



CENA 3: FLAMÍNIA, HORÁCIO e ARLEQUIM

Flamínia de casa; recebe de Horácio o vestido, o colar e anéis e agradece com elogios; Flamínia o convida a almoçar com ela, Horácio promete ir. Flamínia entra em casa, Horácio e Arlequim partem pela rua.



CENA 3: PANTALEÃO e ISABELA

Pantaleão, vindo da rua, diz estar vindo de sua casa por causa de uma carta que lhe mandou Isabela, sua filhinha. Elogia a casa e bate para entender o que sua filhinha quer. Nisto

Isabela: de casa, entende que Pantaleão recebeu a carta e que veio de sua casa para entender o que ela precisa. Ele espanta-se por ela ter deixado Horácio, seu genro. Isabela fala mal do marido, que ele desperdiça  as coisas, que freqüenta prostitutas e albergues; Pantaleão espanta-se e diz que dará um jeito; Isabela entra em casa. Pantaleão diz que quer encontrar Horácio, parte pela rua.



CENA 4: COVIELO e CAPITÃO

Covielo, vindo da rua, diz estar vindo de viagem da Espanha, que foi desde pequeno, e ter deixado um irmão gêmeo em Bolonha, sua cidade natal; fazem uma gag; ao fim, dizem querer se hospedar, batem. Nisto.



CENA 5: GRACIANO, COVIELO e CAPITÃO

Graciano, vindo do albergue, faz gag com os forasteiros falando da qualidade dos vinhos e do seu albergue, chama Hortência.



CENA 6: HORTÊNCIA, GRACIANO, COVIELO e CAPITÃO

Hortência, vindo do albergue,  acaricia os forasteiros, pega a mala, fazendo gag com Capitão; todos entram no albergue; Covielo fica fora dizendo querer dar uma volta pela cidade, para ver como é belo o vilarejo e as mulheres da cidade. Nisto.



CENA 7: FLAMÍNIA e COVIELO

Flamínia, de casa, diz que espera Horácio para almoçar com ela, vê o Covielo, pensa que é Horácio, o convida a almoçar, pois já está na mesa; Covielo maravilhado por não conhecer a mulher agradece a cortesia, no fim, já chateado pela insistência de Flamínia, aceita o convite e entram em casa.



CENA 8: GRACIANO, HORTÊNCIA e CAPITÃO

Graciano e Hortência, vindos do albergue, gritam com Capitão por ele ter posto uma dúzia de velas nos buracos e por querer burlar Hortência, sua mulher; o espancam, Capitão corre pela estrada. Hortência e Graciano entram em casa.



CENA 9: COVIELO e FLAMÍNIA

Covielo, vindo de casa, se despede fazendo elogios e agradecendo a cortesia recebida, Flamínia lhe dá o vestido, o colar e o anel para que ele guarde. Covielo pega tudo dizendo que a contentará, Flamínia entra em casa; Covielo maravilhando-se de tanta cortesia, diz que não a conhece, bate no albergue. Nisto.



CENA 10: GRACIANO, COVIELO e PANTALEÃO

Graciano vem do albergue, recebe as coisas do Covielo, que as guarde, Graciano faz uma gag e entra. Covielo fica, diz querer andar pela cidade. Nisto.

Pantaleão: da rua, diz ter procurado Horácio e não ter encontrado, vê o Covielo, pensa ser Horácio, grita do seu mau viver e do seu comportamento com Isabela; Covielo insulta chamando-o de gigolô e de mentiroso e parte pela rua. Pantaleão  se assusta por ele ter se tornado tão insolente. Nisto.



CENA 11: HORÁCIO e PANTALEÃO

Horácio, da rua, vê Pantaleão, o abraça, faz carícias, alegra-se da sua volta e agradece as advertências recebidas; Pantaleão se maravilha como pode ter mudado tanto tão rápido, Pantaleão recomenda cuidados a Isabela; ele diz querer-lhe bem e ser-lhe cara, Horácio sai pela rua. Pantaleão espanta-se da diferença que lhe tratou Horácio da primeira vez tão bestialmente e da segunda tão humanamente. Nisto



CENA 12: COVIELO e PANTALEÃO

Covielo, da rua, com raiva porque todos brincam com ele. Pantaleão o persuade a tomar conta de sua mulher e, da casa, Covielo, com raiva, lhe diz vilanias e que não tem mulher, mas que ele é um corno, sai pela rua; Pantaleão assustado diz estar louco e que quer encontrar um médico, sai pela rua.



CENA 13: HORÁCIO, ARLEQUIM e FLAMÍNIA

Horácio e Arlequim, da rua, dizem querer ir ao almoço na casa de Flamínia e que ela deve estar esperando, batem. Nisto.

Flamínia: de casa, ouve como veio Horácio e Arlequim para almoçar com ela, enxota Arlequim dizendo que Horácio almoçou só com ela; Arlequim entra em casa para entender e volta para fora chorando dizendo que já tiraram a mesa e comido tudo. Horácio grita com a mulher por não ter estado ali: fazem uma gag (do sim e do não) responde falando das coisas doadas e que como prêmio é maltratado por ela. Flamínia diz que ele, depois de ter comido e pegado de volta as coisas, fizesse de tal maneira; falam juntos, Horácio e Arlequim saem com raiva pela rua. Flamínia fica maravilhada com Horácio que age desta maneira negando tudo. Nisto.



CENA 14: COVIELO e FLAMÍNIA

Covielo vem da rua. Flamínia pergunta sobre as coisas que ela lhe deu e porque está assim com raiva dela; Covielo diz não estar com raiva e que irá pegar as coisas e trazer para ela, sai pela rua. Flamínia fica maravilhada. Nisto



CENA 15: HORÁCIO e FLAMÍNIA

Horácio, da rua, diz querer ir pra casa, vê Flamínia, que lhe pergunta se ele trouxe as coisas, fazem confusão de novo; Horácio, com raiva, sai pela rua, Flamínia fica. Nisto



CENA 16: COVIELO, FLAMÍNIA e ARLEQUIM

Covielo da rua, Flamínia grita por causa das coisas, Covielo, com palavras dóceis diz que lhe trará o quanto antes; Flamínia entra em casa, Covielo fica. Nisto

Arlequim: da rua, vê o Covielo, pensa que é Horácio seu patrão, lhe pede o salário que lhe deve; Covielo diz que não o conhece, Arlequim se assusta, diz que negue isso e que pedirá a confirmação de sua própria mulher, bate. Nisto.



CENA 17: ISABELA, COVIELO e ARLEQUIM

Isabela, da sacada da casa, vê o Covielo, acredita que é seu marido Horácio, diz que pague a Arlequim; Covielo burla com ela, depois sugere a Arlequim que durma com Isabela e que desconte o salário; Arlequim contente entra em casa com Isabela, Covielo parte pela rua.



CENA 18: HORÁCIO e CAPITÃO

Horácio da rua, sobre o mal estar de Flamínia e do seu proceder mal. Nisto

Capitão: da rua, vê Horácio, pensa que é o Covielo seu amigo, diz que vá ao albergue, procure Graciano e peça as coisas por que ele foi expulso, e que o esperará no albergue do Sol; Horácio diz que fará de tudo para conseguir, Capitão sai pela rua; Horácio maravilhado diz que vai tentar, bate. Nisto



CENA 19: GRACIANO e HORÁCIO

Graciano, do albergue, vê Horácio, pensa que é o Covielo, leva para fora suas coisas e faz a conta das despesas.  Horácio o paga, Graciano entra no albergue. Horácio, com as coisas, maravilhado, bate. Nisto



CENA 20: ARLEQUIM, HORÁCIO e ISABELA

Arlequim, da janela, se lamenta com Horácio que Isabela sua mulher não quer dormir com ele e que quer seu salário; Horácio grita com ele, Arlequim aposta que ele ordenou que dormisse com Isabela como forma de pagamento, e que ela confirmará tudo. Nisto.

Isabela: de casa diz, na cara de Horácio. Como ele se contentou que Arlequim dormisse com ela como forma de pagamento; Horácio se assusta e diz que não é verdade; Horácio restitui as coisas à esposa. Arlequim se maravilha, fazem a cena de doar as pauladas e todos entram em casa.



CENA 21: PANTALEÃO, MÉDICO e HORÁCIO

Pantaleão da rua, dizem querer medicar Horácio, pois pensam que ele está louco e que não está responsável pelos seus atos. Nisto.

Horácio: de casa, convida Pantaleão a almoçar, pois já está na hora, entra em casa; Pantaleão diz que Horácio está com a cabeça no lugar e libera o médico que sai pela estrada, Pantaleão fica. Nisto



CENA 22: COVIELO, PANTALEÃO e MÉDICO

Covielo da rua, vê Pantaleão, discutem; Pantaleão chama o médico. Nisto

Medico: da rua, Covielo com Raiva sai pela rua; Pantaleão diz ao médico que o frenesi voltou a Horácio, porém precisa encontrá-lo. Nisto



CENA 23: HORÁCIO, MÉDICO e PANTALEÃO

Horácio de casa, de novo, convida Pantaleão a almoçar; o médico lhe toca o pulso e diagnostica bom e são. Horácio maravilhado entra em casa, médico se despede e sai pela rua; Pantaleão fica. Nisto



CENA 24: COVIELO, PANTALEÃO e MÉDICO

Covielo, da rua, volta a discutir com Pantaleão, caluniando-o. Pantaleão chama o médico. Nisto. Médico: da rua, quer tocar o pulso do Covielo achando que é Horácio, Covielo dá paulada em todos e partem pela rua.



CENA 25: COVIELO e GRACIANO

Covielo, da rua, maravilhado dos sucessos, diz querer pegar as suas coisas, bate. Nisto

Graciano: do albergue, entende que o Covielo quer as suas coisas, ele diz já ter dado, discutem; Covielo, com raiva, ameaça ir à justiça, sai pela rua; Graciano fica maravilhado. Nisto



CENA 26: HORÁCIO e GRACIANO

Horácio, da rua, Graciano acredita ser o Covielo e pergunta se ele guardou as coisas; Horácio diz que sim e fazem gag, Horácio parte pela rua; Graciano maravilhado. Nisto  



CENA 27: COVIELO e GRACIANO

Covielo, da rua, diz querer as suas coisas, discutem; Graciano que ele mesmo acabou de confessar que já as pegou; Covielo nega, com raiva parte pela rua; Graciano fica. Nisto



CENA 28: HORÁCIO, GRACIANO e PANTALEÃO

Horácio, da rua, perguntado por Graciano das coisas, ele confessa tê-las tido. Nisto.

Pantaleão, da rua, se esconde pra ver se Horácio está em sã consciência; Graciano pede para ele ser testemunha; Pantaleão se esconde de um lado; Horácio de novo confessa ter recebido as coisas e sai pela rua. Graciano e Pantaleão ficam. Nisto.



CENA 29: COVIELO, GRACIANO e PANTALEÃO

Covielo, da rua, pergunta a Graciano das suas coisas com delicadeza e belas palavras; Graciano, com raiva, chama a testemunha, Pantaleão estando à parte, diz ter ouvido tudo, que ele tinha confessado; Covielo, com raiva, entra no albergue dizendo que quer pegar de qualquer jeito; Graciano e Pantaleão entram atrás dele.



CENA 30: HORÁCIO e PANTALEÃO

Horácio, da rua, maravilhando-se das extravagâncias que lhe aconteceram e das coisas que ele pegou. Nisto. Pantaleão surge do albergue, diz ter trancado Horácio em um quarto e querer ir encontrar o médico; Vê Horácio, se espanta, duvida que não seja um espírito, enfim, o Magnífico fala maravilhado de como ele tenha conseguido sair do albergue; fazem maravilhas um com o outro; se ouve barulho no albergue, Horácio (levanta o guarda chuva e entra no albergue). Nisto



CENA 31: COVIELO, HORÁCIO, GRACIANO, PANTALEÃO

Covielo do albergue, com a espada desembainhada, gritando que quer as suas coisas, (procura e entra no albergue pelo outro lado);  Horácio sai do albergue procurando a confusão e entra pelo outro lado; Sai Covielo com espada em riste criando a confusão dá a volta e entra novamente; Sai Horácio procurando, entra; Sai Covielo criando confusão, entra... até que um duble entre vestido igual e permaneça de costas). Pantaleão (percebe que são dois e) fica maravilhado por não saber conhecer quem seja seu genro Horácio.



CENA 32: ARLEQUIM, CAPITÃO, COVIELO, HORÁCIO, GRACIANO, PANTALEÃO

Arlequim e Capitão: da rua, Arlequim diz não saber conhecer quem seja Horácio seu patrão, Capitão diz não conhecer quem seja o Covielo seu amigo; Graciano não reconhecer a quem ele deu as coisas; Todos fazem gags, estão maravilhados. Nisto



CENA 32: FLAMÍNIA, ISABELA, ARLEQUIM, CAPITÃO, COVIELO, HORÁCIO, GRACIANO, PANTALEÃO

Flamínia: de casa, faz igual, não conhece quem seja Horácio, faz gags, no fim chama Isabela. Nisto. Isabela: de casa, não consegue conhecer quem seja Horácio, seu marido, faz gags com um e com o outro; no fim, se descobre que o Covielo é irmão de Horácio, alegrando-se todos; o Covielo se casa com Flamínia.

Fim da comédia.



Cenas a serem ensaiadas:

·         Insistir e convencer, alguém que diz sim, outro que diz não.

·         Viagem longa com cansaço e fome. Alguém que pode saciar a fome, mas não o faz de imediato.

·         Insinuação.

·         De receber roupas.

·         De doar pauladas.

·         Ciovielo e Horácio correm em volta do albergue.