sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O ARRANCADENTES


O ARRANCADENTES
Adaptação de Marcus Villa Góis da tradução de Roberta Barni do original de Flaminio Scala em Il teatro delle favole rappresentative... Ed. Iluminuras, São Paulo, 2003. 1ª Ed.: Pulciani, Veneza, 1611.

Personagens

Pantaleão, ator 1.
Horácio, filho, ator 6.
Flamínia, filha, ator 2.
Arlequim, criado, ator 3.
Flávio, ator 7.
Isabela, viúva, irmã, ator 5.
Francisquinha, criada, ator 2.
Covielo, criado, ator 6.
Doutor Graciano, sozinho, ator 4.
Capitão Spavento, sozinho, ator 7.
Pasquela, velha, sozinha, ator 2.
 
Coisas: duas caixas de confeitos, roupa de arrancadentes com barba, ferramentas de ferreiro, uma cadeira bonita, pastilhas brancas como dentes. Roupa extra de Pantaleão. Um vestido.


Argumento
                Na cidade de Roma viveu outrora um certo Pantaleão, pai de um jovem, Horácio, e de uma filha, chamada Flamínia. Este jovem, apaixonou-se por uma nobre viúva, certa Isabela, que com recíproca afeição retribuía o seu amor. Pantaleão, da mesma forma, e não menos do que o filho, ardia por Isabela. Vendo-se quase que escarnecido, Pantaleão julgou que talvez isso acontecesse por ter seu filho Horácio por rival, e, para que este não lhe fosse de empecilho no porvir, resolveu endereçá-lo nos estudos.
                Este fato chegou aos ouvidos da viúva Isabela, a qual, sofrendo muito por tais acontecimentos, foi se aconselhar com uma sua velha parenta. Esta disse-lhe possuir um segredo feito de certos confeitos, dos quais, quem provasse, ficaria quase privado de tino, e disse ainda possuir outro segredo, de efeito contrário àquele. Julgava ela que, se com tal segredo tirasse Horácio de seu tino, seria fácil dissuadir o pai de mandá-lo estudar fora. Isabela consentiu com isto, e deu a Horácio o segredo combinado. O que depois se sucedeu, pela conclusão da fábula será conhecido.

Roma, Cidade

CENA 1: PANTALEÃO e ARLEQUIM
Pantaleão conta a Arlequim do amor que tem por Isabela viúva, e diz suspeitar que Horácio, seu filho, lhe seja rival, e que, com esta suspeita, decidiu mandá-lo estudar fora. Arlequim repreende-o, tomando o partido de Horácio. Pegam-se com palavras e fatos: Pantaleão bate em Arlequim e morde-lhe o braço, mostrando tê-lo mordido forte. Pantaleão, ameaçando, vai embora, dizendo que fale com Francisquinha em seu nome, sai. Arlequim diz que vai se vingar da mordida que Pantaleão lhe deu; nisto

CENA 2: FRANCISQUINHA e ARLEQUIM
Francisquinha vai procurar Horácio, por ordem de sua patroa; vê Arlequim e fica sabendo dele a razão de sua dor no braço; combinam fingir que o hálito de Pantaleão fede, para se vingarem. Francisquinha pede para Arlequim falar sobre o amor de sua patroa a Horácio. Francisquinha entra em casa; Arlequim fica; nisto

CENA 3: FLÁVIO e ARLEQUIM
Flávio revela a Arlequim o seu amor por Flamínia, dando um encontrão em seu braço. Arlequim grita, depois combinam fingir que o hálito de Pantaleão fede. Flávio sai; Arlequim fica; nisto

CENA 4: DOUTOR e ARLEQUIM
Doutor avisa a Arlequim que Pantaleão lhe deve vinte e cinco escudos; pega Arlequim pelo braço, ele grita; faz com ele a mesma combinação do hálito fedido, prometendo que ele tenha de volta os seus vinte e cinco escudos. Doutor sai; Arlequim vai encontrar Horácio, sai.

CENA 5: CAPITÃO ESPAVENTO
Capitão fala do amor por Isabela e as suas proezas; nisto

CENA 6: COVIELO e CAPITÃO
Covielo, criado de Isabela, se admira com as proezas, Capitão afirma que pode lhe ensinar sua arte se o fizer entrar na casa de Isabela. Covielo aceita, mas antes precisa entrar pra fazer Isabela vir para fora. Capitão espera.

CENA 7: FLAMÍNIA e CAPITÃO
Flamínia que pela janela viu o Capitão, que ela ama, roga-lhe o seu amor; nisto

CENA 8: ISABELA, FLAMÍNIA e CAPITÃO
Isabela vem para fora de casa, acreditando encontrar Horácio; Capitão roga-lhe o seu amor. Ela enxota-o, e ele faz o mesmo com Flamínia, fazendo cena de trio.

CENA 9: ARLEQUIM, ISABELA, FLAMÍNIA e CAPITÃO
Arlequim ouve a cena apartado. No final Isabela entra em casa, enxotando o Capitão; ele faz o mesmo com Flamínia, e vai embora; Flamínia fica, angustiada; nisto

CENA 10: ARLEQUIM e FLAMÍNIA
Arlequim ameaça contar ao pai dela; ela implora sua ajuda para ter o Capitão. Arlequim condiciona se ela aceitar a combinação sobre o hálito fétido do pai. Ela aceita e entra em casa. Arlequim diz que seu braço está dormindo como nunca, apesar de ter sido medicado, e que quer se vingar de qualquer modo; nisto

CENA 11: COVIELO e ARLEQUIM
Covielo chega. Arlequim, com dinheiro, o induz a se fingir arrancadentes, manda-o se disfarçar, Covielo sai. Arlequim demora-se; nisto

CENA 12: HORÁCIO e ARLEQUIM
Horácio ouve de Arlequim que Pantaleão, seu pai, é seu rival pelo amor de Isabela, e que quer mandá-lo estudar fora. Horácio, magoado com tais notícias, pede a proteção de Arlequim, que promete ajudá-lo, e combinam sobre o hálito. Horácio: que gostaria de conversar com Isabela. Arlequim chama-a.

CENA 13: ISABELA, HORÁCIO e ARLEQUIM
Isabela ouve sobre o seu amor e sua dura partida. Ela entristece; nisto

CENA 14: PANTALEÃO, ISABELA, HORÁCIO e ARLEQUIM
Pantaleão entra falando alto. Isabela, ao ouvi-lo, vai para dentro. Arlequim grita com Horácio porque não que ir estudar fora. Pantaleão vê o filho, e manda-o se aprontar já, já, porque quer que vá imediatamente. Horácio, todo temeroso, entra para fazer os preparativos, olhando bem para Arlequim. Pantaleão fica sabendo que Arlequim falou com Francisquinha; depois ouve Arlequim dizendo: “Ai de mim, patrão, seu hálito fede demais!”; Pantaleão ri-se; nisto

CENA 15: FRANCISQUINHA, PANTALEÃO e ARLEQUIM
Francisquinha faz o mesmo, dizendo que, se seu hálito não fedesse, Isabela o amaria, e entra. Pantaleão fica pasmado; nisto

CENA 16: FLÁVIO, PANTALEÃO e ARLEQUIM
Flavio passa e, aos sinais de Arlequim, faz o mesmo com Pantaleão, e sai. Pantaleão pasma-se com tamanha desmesura; nisto

CENA 17: DOUTOR, PANTALEÃO e ARLEQUIM
Doutor chega; Arlequim faz-lhe o sinal da coisa do hálito; Doutor faz o mesmo, e sai. Pantaleão: que quer perguntar para sua filha se aquele fedor é mesmo real; chama-a.

CENA 18: FLAMÍNIA, PANTALEÃO e ARLEQUIM
Flamínia confessa ao pai o quão demasiadamente seu hálito está fedendo, e entra, eles ficam; nisto.

CENA 19: HORÁCIO, PANTALEÃO e ARLEQUIM
Horácio sai de casa, confirma a mesma coisa, depois volta para dentro. Pantaleão decide mandar arrancar aquele dente que causa o fedor; manda que Arlequim lhe traga um arrancadentes, e entra. Arlequim fica.

CENA 20: COVIELO e ARLEQUIM
Covielo vem vestido de arrancadentes, carregando uma cadeira. Arlequim manda Covielo arrancar todos os dentes de Pantaleão, dizendo-lhe que estão estragados; recolhe-se. Covielo, sob suas janelas, grita: “Quem tem dentes estragados”; nisto

CENA 21: PANTALEÃO e COVIELO
Pantaleão da janela chama-o, depois sai. Covielo puxa todas as suas ferramentas, as quais são todas ferramentas de ferreiro, nomeando-as uma a uma ridiculamente; manda-o sentar, e com a torquês arranca-lhe quatro dentes bons. Pantaleão, de tanta dor, agarra-se à barba do arrancadentes, a qual, sendo postiça, fica em sua mão. Covielo foge, Pantaleão arremessa-lhe a cadeira, depois, queixando-se da dor de dente, entra em casa.

CENA 22: PASQUELA
Pasquela, amiga de Isabela, chega para visitá-la; bate.

CENA 23: ISABELA e PASQUELA
Isabela narra a Pasquela o amor de Horácio, e que ele tem de partir para obedecer ao pai. Pasquela consola-a, prometendo-lhe ajuda com seus segredos, diz que mande Covielo em uma hora à sua casa, que ela vai enviar por ele os confeitos da loucura e da sanidade; sai. Isabela fica, alegre; nisto

CENA 24: ARLEQUIM e ISABELA
Arlequim entra alegre pela peça pregada em Pantaleão. Isabela pergunta por Horácio, Arlequim responde que Pantaleão está irredutível, e que quer que Horácio saia da cidade; nisto

CENA 25: PANTALEÃO, HORÁCIO, ARLEQUIM e ISABELA
Pantaleão entra para levar Horácio ao banco para buscar dinheiro, de modo que parta imediatamente; vê Isabela, cumprimenta-a, depois vai embora. Horácio vai atrás, mas com sinais, cumprimenta Isabela e pede a proteção de Arlequim, sai. Isabela diz a Arlequim que retorne em uma hora à sua casa; nisto

CENA 26: FLÁVIO, ARLEQUIM e ISABELA
Flávio entra em cena e vê Arlequim conversando com sua irmã, fica desconfiado e manda-a para casa. Isabela entra em casa. Flávio ameaça Arlequim, o qual o abranda dizendo-lhe que quer que ele tenha Flamínia por esposa, e que vai colocá-lo na casa dela. Flávio, alegre, recebe ordens de se disfarçar de arrancadentes, sai. Arlequim, rindo, vai procurar Horácio, sai.

CENA 27: COVIELO
Covielo diz ter se divertido à custa de Pantaleão; nisto

CENA 28: ISABELA e COVIELO
Isabela surge à janela, manda Covielo à casa de Pasquela para pegar os confeitos; recolhe-se. Covielo fica; nisto

CENA 29: ARLEQUIM e COVIELO
Arlequim chega e começam a rir da peça que pregaram em Pantaleão; nisto

CENA 30: CAPITÃO, ARLEQUIM e COVIELO
Capitão chega, esbraveja com Covielo que foi chamar Isabela e nunca mais voltou. Covielo diz que sua patroa deixou ordens com Arlequim sobre o que ele deve fazer para entrar em casa, dizendo isso apartado. Capitão dirige-se a Arlequim. Covielo foge. Arlequim, não sabendo coisa nenhuma, diz o que lhe vem à cabeça: que ele vá se vestir à veneziana, como Pantaleão, e que o levará para dentro de casa. Capitão, alegre, vai se disfarçar, sai. Arlequim fica; nisto

CENA 31: FLAMÍNIA e ARLEQUIM
Flamínia pergunta-lhe o que será do seu assunto com o Capitão. Arlequim: que à noite o amigo virá, em trajes femininos; pede emprestado um dos seus vestidos. Flamínia, alegre, entra pega um vestido entrega-lhe, e entra novamente. Arlequim demora-se.

CENA 32: DOUTOR e ARLEQUIM
Doutor quer de Arlequim os vinte e cinco escudos que lhe prometeu em nome de Pantaleão, e Arlequim, solicitado, lhe dá o vestido; Doutor aceita; nisto

CENA 33: PANTALEÃO, DOUTOR e ARLEQUIM
Pantaleão chega, vê a roupa de sua filha com o Doutor, chama-o de ladrão, insulta-o. Arlequim o mesmo, nunca ouvindo as palavras do Doutor. Pantaleão toma o vestido e, com Arlequim, entra. Doutor, desesperado, diz que vai à justiça, sai.

CENA 34: HORÁCIO
Horácio vai para reverenciar Isabela, antes de sua partida; bate.

CENA 35: ISABELA
Isabela vem para fora; fazem cena amorosa; Isabela roga a Horácio que coma alguns confeitos que ela lhe mandará, antes de partir. Horácio promete. Ela entra em casa; Horácio sai.

CENA 36: FLÁVIO
Flávio vestido de arrancadentes, grita embaixo da janela de Pantaleão; nisto

CENA 37: PANTALEÃO
Pantaleão vem para fora, dá-lhe pauladas, tomando-o por Covielo, o arrancadentes, Flávio foge. Pantaleão entra.

CENA 38: CAPITÃO
Capitão entra vestido como Pantaleão procurando Arlequim; nisto

CENA 39: FLÁVIO e CAPITÃO
Flávio toma-o por Pantaleão, enche-o de pauladas direitinho, todos saem.

CENA 40: COVIELO
Covielo entra com as caixas de confeitos, bate chamando Isabela.

CENA 41: ISABELA e COVIELO
Isabela recebe as caixas, manda a da loucura para Horácio, guarda a outra que cura e entra em casa. Covielo fica; nisto

CENA 42: ARLEQUIM e COVIELO
Arlequim chega; Covielo lhe dá a caixa para que ele entregue a Horácio. Sem que Covielo veja, Arlequim pega alguns confeitos e os guarda em sua bolsa; nisto

CENA 43: HORÁCIO, ARLEQUIM e COVIELO
Horácio recebe a caixa; Horácio leva consigo Covielo, para mandar algumas coisas a Isabela. Arlequim fica, come os confeitos escondidos, depois fica fora de si; nisto

CENA 44: CAPITÃO e ARLEQUIM
Capitão quer matá-lo. Arlequim diz disparates, faz loucuras. Capitão espanta-se, deixa Arlequim ir, e fica.

CENA 45: FLAMÍNIA e CAPITÃO
Flamínia novamente roga o amor do Capitão; ele, encolerizado, enxota-a; ela, indignada, decide amar Flávio, e entra. Ele fica pensativo e sai de cena.

CENA 46: DOUTOR
Doutor, revoltado, diz que a justiça vai agir por ele; nisto

CENA 47: ARLEQUIM
Arlequim chega; Doutor esbraveja com ele sobre os 25 escudos e o vestido; Arlequim responde-lhe como louco. Doutor sai; Arlequim fica.

CENA 48: FRANCISQUINHA e ARLEQUIM
Francisquinha conversa com Arlequim, e ele faz o mesmo de antes, depois sai. Francisquinha segue-o pela rua.

CENA 49: COVIELO
Covielo, desesperado, bate à casa de Isabela.

CENA 50: ISABELA e COVIELO
Isabela aparece na janela. Covielo afirma que Horácio, depois de ter comido os confeitos, ficou louco. Ela: que faça de tudo para trazê-lo até ela. Covielo sai. Ela fica suspirando; nisto

CENA 51: FLÁVIO e ISABELA
Flávio pergunta a Isabela o motivo de estar tão tristonha. Ela, estimulada, narra-lhe tudo o que aconteceu com o seu amor e da loucura de Horácio, e que tem o antídoto para curá-lo. Flávio, alegre, dizendo que ama a irmã dele, e que deixe tudo em suas mãos, manda-a que entre em casa, ele sai para encontrar Pantaleão.

CENA 52: PANTALEÃO
Pantaleão diz que não sabe se Horácio partiu; nisto

CENA 53: ARLEQUIM e PANTALEÃO
Arlequim chega, Pantaleão pergunta por Horácio, Arlequim responde com disparates a Pantaleão; nisto

CENA 54: HORÁCIO, ARLEQUIM e PANTALEÃO
Horácio entra com acessório de louco, faz diversas loucuras, sai. Arlequim faz o mesmo, sai. Pantaleão desespera-se; nisto

CENA 55: FLÁVIO e PANTALEÃO
Flávio chega, Pantaleão diz que Horácio ficou louco, Flávio consola Pantaleão dizendo-lhe que a saúde de Horácio está nas mãos de sua irmã. Pantaleão manda-a chamar, Flávio chama Isabela.

CENA 56: ISABELA, FLÁVIO e PANTALEÃO
Isabela sai de casa e oferece a Pantaleão a cura de Horácio, seu filho, mas que para isto quer duas graças: a primeira, que Flamínia seja mulher de Flávio seu irmão, e a outra, que Horácio seja marido de quem ela quiser. Pantaleão, alegre, chama Flamínia.

CENA 57: FLAMÍNIA, ISABELA, FLÁVIO e PANTALEÃO
Flamínia, contente, recebe Flávio por marido; nisto

CENA 58: HORÁCIO, FLAMÍNIA, ISABELA, FLÁVIO e PANTALEÃO
Horácio entra em cena fazendo loucuras e dizendo disparates. Flávio e Isabela leva-o para sua casa com destreza, os outros ficam.

CENA 59: FLÁVIO, FLAMÍNIA, e PANTALEÃO
Flávio volta dizendo que Horácio voltou a si.

CENA 60: HORÁCIO, ISABELA, FLÁVIO, FLAMÍNIA e PANTALEÃO
Horácio entra em cena com Isabela, ela solicita a outra graça a Pantaleão e pede-lhe Horácio como marido; Pantaleão concorda; nisto

CENA 61: DOUTOR, ARLEQUIM, HORÁCIO, ISABELA, FLÁVIO, FLAMÍNIA e PANTALEÃO
Doutor entra fugindo de Arlequim louco. Flávio dá uns confeitos a Arlequim, cura-o. Arlequim vê Pantaleão e revela a vingança da mordida, com a coisa do hálito e de lhe arrancar os dentes. Arlequim pede perdão por tudo que ele fez, dizendo que confessa seu erro, pede perdão a todos os que ele ofendeu; todos riem-se.

Cenas a serem ensaiadas
Capitão fala do amor por Isabela e as suas proezas.
Isabela, Flamínia e Capitão fazendo cena de trio.
Horácio fala do seu amor a Isabela .
Covielo nomeia as ferramentas uma a uma ridiculamente.
Pantaleão arremessa a cadeira em Covielo.
Isabela e Horácio fazem cena amorosa.
Arlequim fica fora de si.
Horácio faz diversas loucuras e sai, Arlequim faz o mesmo.
Flamínia recebe Flávio por marido.
Flávio e Isabela levam Horácio, louco, com destreza.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Falso Marido


O FALSO MARIDO
Tradução, adaptação e argumento: Marcus Villa Góis. Manuscrito original de Basilio Locatelli, conservado na Biblioteca Casanatense Roma, Manoscritti 1211 e 1212. Publicado por: TESTAVERDE, Anna Maria. I Canovacci della Comedia dellArte. Torino: Giulio Einaudi, 2007.

Personagens
Pantaleão, ator 1.
Flamínia, filha, ator 2.
Flávio, jovem, ator 7.
Arlequim, servo, ator 3.
Graciano, ator 4.
Isabela, filha, ator 5.
Horácio, jovem, ator 6.
Francisquinha vestida de homem, falso marido de Isabela, ator 2.
Colombina, serva, ator 1.

Coisas: um vestido de Flamínia e um véu; seis roupas de dormir; seis lanternas com luz. Uma roupa de homem para Francisquinha.

Argumento:
                Existiam numa pequena cidade do interior da Itália dois velhos amigos na tristeza e na alegria, nas aventuras e nas desventuras. Pantaleão e Graciano, dois velhos ricos, viviam felizes até que suas esposas morreram e os deixaram viúvos criando seus filhos. Pantaleão criava Flamínia e Flávio com a ajuda de Arlequim. Já Graciano criava Isabela e Horácio com a ajuda de Francisquinha e Colombina. Sabendo que Graciano queria dar Isabela como esposa a seu amigo Pantaleão Francisquinha fugiu de casa com a intenção de ajudar sua patroa e nunca mais voltou. Pantaleão percebendo que seu filho Flávio poderia atrapalhar seu casamento o mandou para o exterior. Pantaleão quis retribuir o favor do amigo e deu a mão de sua filha Flamínia a Graciano. Acontece que surgiu na cidade um nobre cavaleiro rico e acabou por fazer com que Graciano mudasse de idéia e desse Isabela a ele. Isabela e o nobre cavaleiro se casaram. A partir desses dados começa o nosso espetáculo.

Cidade

CENA 1: HORÁCIO e FLÁVIO
Horácio vem pela rua; se alegra com Flávio porque voltou do exterior; Horácio conta que Isabela, filha de Graciano, se casou; Flávio se desespera, pois ela prometeu não tomar outro por marido além dele; Horácio sem graça pela gafe, parte pela rua. Flávio fica se lamentando pela falta da palavra de Isabela, diz que quer esclarecer, bate na casa dela. Nisto

CENA 2: ARLEQUIM e HORÁCIO
Arlequim de casa, reconhece Flávio seu patrão, se alegra por ter voltado do exterior, lhe diz que Isabela se casou; Flávio pede ajuda a Arlequim, promete-lhe gorjeta; Arlequim diz não poder, por ser um marido muito ciumento e mantê-la na rédea curta, ao fim, depois de lazzi, diz que tentará falar com ela, partem pela estrada.

CENA 3: PANTALEÃO
Pantaleão saindo de casa, diz que casará Flamínia, sua filha, com Graciano, que já lhe deu a palavra. Nisto

CENA 4: GRACIANO e PANTALEÃO
Graciano vindo de casa, diz querer fazer logo a festa de casamento para desfrutar a lua de mel dele e da filha de Pantaleão, isto é, Flamínia; Pantaleão quer dar ela, bate na casa dele. Nisto

CENA 5: FLAMÍNIA, GRACIANO e PANTALEÃO
Flamínia sai de casa, ouve de Pantaleão que se casará com Graciano, se lamenta por ser velho, mas ao fim, para satisfazer seu pai, lhe toca a mão e promete se casar. Flamínia entra em casa; Pantaleão e Graciano dizem querer dar a ordem para organizar as núpcias, partem pela rua.

CENA 6: HORÁCIO
Horácio vem pela rua e fala sobre o amor que sente por Flamínia, resolve falar com ela, revelar o seu amor e perguntar se ela o quer por namorado, bate. Nisto

CENA 7: FLAMÍNIA e HORÁCIO
Flamínia da janela de casa, ouve o amor de Horácio, ela demonstra querer bem a ele, depois diz estar prometida em casamento a Graciano, Horácio se desespera porque o pai a prometeu em casamento; ao fim concordam estragar as núpcias, Flamínia entra em casa; Horácio fica, desesperado pela sua desgraça e por não saber como estragar as núpcias. Nisto

CENA 8: ARLEQUIM e HORÁCIO
Arlequim vem pela rua, vê Horácio desesperado, ao fim entende que ele está apaixonado por Flamínia, a qual está prometida a Graciano, é solicitado a estragar as núpcias com uma boa gorjeta, ele promete fazer o melhor; Horácio parte pela rua, Arlequim fica, diz querer falar com Isabela pelo amor de Flávio, bate na casa dela. Nisto

CENA 9: FRANCISQUINHA e ARLEQUIM
Francisquinha saindo de casa, vestida de homem, bradando, diz ter ouvido baterem na porta e não saber quem seja, vê Arlequim, lhe grita perguntando se ele bateu na porta, Arlequim diz que não, que está indo trabalhar e se retira à parte; Francisquinha chama fora Isabela. Nisto

CENA 10: ISABELA, FRANCISQUINHA e ARLEQUIM
Isabela saindo de casa, dá a entender que seja honesta, sã, que nem se mostra da janela se quiser tomar um ar, nem vá perto do pátio ou na frente da casa, nem fala com pessoa alguma. Francisquinha manda ela se comportar, pois ouviu alguém batendo na porta. Isabela diz que fará o melhor, entra em casa, Francisquinha parte pela estrada; Arlequim diz que, estando o marido fora de casa, deseja falar com Isabela. Nisto

CENA 11: FLÁVIO
Flávio vem pela rua e pergunta a Arlequim se ele falou com Isabela. Arlequim fala que não porque o marido dela não deixou, mas que agora ele saiu e por isso vai tentar de novo; Flávio se retira à parte, Arlequim bate. Nisto

CENA 12: ISABELA
Isabela sai de casa, entende as desgraças de Arlequim, isto é, ter morrido a esposa. Arlequim diz querer, no entanto,  dar uma boa nova, isto é, ter Flávio tornado do exterior, seu tão querido namorado, que se quiser falar com ele o fará vir, Isabela diz ter se casado e que por honra do seu marido não cuida mais do amor de Flávio, Arlequim suplica dizendo que se quiser recordar daquele que amou mais que a própria vida, que foi fiel amante, diz: “Será possível  que tenhas um coração de gelo, que não se recorde um pouco daquele fogo amoroso que existia antes? Será tão cruel que, vendo quem por ti se destrói e morre, não se move a piedade? Que és sórdida mais que o mármore? Que não quer sentir o seu sofrer? Recorde do seu caro e fiel Flávio!” Isabela, depois de estar quieta diante das palavras de Arlequim, sem ter nunca respondido, desmaia nos braços de Arlequim, sem falar nem responder; Arlequim pede ajuda e grita, Flávio acode ao rumor, vendo Isabela desmaiada, se desespera, Arlequim faz lazzi com o tê-la nos braços, depois a leva em casa e entra; Flávio desesperando-se parte pela rua.
CENA 13: ARLEQUIM
Arlequim sai de casa, diz que Isabela retornou a si, parte para dar as boas novas a Flávio pela rua.

CENA 14: FLÁVIO e HORÁCIO
Flávio vem pela rua; Horácio diz ser verdade que Flamínia se casará; Flávio responde que Isabela, sua amada, também ganhou marido; se lamentam das suas desgraças, depois resolvem ir ao menos às núpcias para gozarem a vista. Nisto

CENA 15: GRACIANO, FLÁVIO e HORÁCIO
Graciano vem pela rua, fala sobre as núpcias e de estar contente com a mulher que pegou; Flávio fala como eles desejam ir às núpcias, Graciano agradece aos jovens e diz que não se incomodem, Horácio diz que querem ir porque querem cantar e tocar, Graciano os dispensa, os jovens insistem ainda que querem ir, fazendo mil ofertas, ele os dispensa de novo fazendo lazzi, eles dizem que em breve se verão nas núpcias, partem pela rua; Graciano fica dizendo como são inoportunos, que querem ir por força sem serem chamados, parte pela rua.

CENA 16: ARLEQUIM
Arlequim vem pela rua, diz querer pedir de novo a Isabela que queira escutar Flávio, bate. Nisto

CENA 17: COLOMBINA e ARLEQUIM
Colombina sai de casa, Arlequim fala que quer pedir a Isabela, sua patroa, que escute Flávio, prometendo-lhe um prato de macarrão, Colombina promete fazer de tudo, bate. Nisto

CENA 18: ISABELA, COLOMBINA e ARLEQUIM
Isabela, da janela de casa, é suplicada por Arlequim para que ouça Flávio ao menos uma vez, Isabela não quer.

CENA 19: FRANCISQUINHA, ISABELA, COLOMBINA e ARLEQUIM
Francisquinha vem pela rua e fica à parte observando a cena. Colombina e Arlequim se ajoelham um de cá outro de lá, Colombina diz: “Senhora Isabela, não seja tão cruel, mova-se à nossa súplica, não queria ver a morte de um homem que tanto te ama e te deseja, escute o senhor Flávio que quer te dizer uma palavra”; Isabela depois de ter estado quieta, recusa falar e diz não querer vê-lo, que não quer comprometer a sua honra, tendo ela marido, diz que vão embora, que seu marido está vindo, que não seja a ruína deles e a dela. Nisto, Francisquinha, escondida em um canto, tendo ouvido tudo, parte pela rua, Arlequim responde dizendo: “Não nos moveremos nunca daqui até que a senhora se mova por piedade e nos faça essa graça de escutar o senhor Flávio”; ao fim Isabela tocada pelas súplicas diz que pode escutar Flávio com  pacto de não responder-lhe nunca; Colombina e Isabela entram  em casa, Arlequim fica e diz querer encontrar Flávio. Nisto

CENA 20: FLÁVIO e ARLEQUIM
Flávio vem da rua, entende tudo de Arlequim, contente a faz chamar, bate. Nisto

CENA 21: ISABELA, FLÁVIO e ARLEQUIM
Isabela da janela de casa, vê Flávio, ela silencia, Flávio lembra a ela do seu amor, a promessa, o ter esquecido dele, ter se casado; depois de muitas súplicas que quer que ela responda e narre a causa do seu desdenho, Isabela fala, Arlequim diz: “ela falou, ela falou, o peixe caiu na rede”; Isabela recusa Flávio, dizendo: “saia da minha frente, não se envergonha de falar? Vá embora, saia de baixo!”; Flávio quieto, sem dizer nenhuma palavra, parte pela rua; Arlequim diz: “Oh senhora Isabela, não é possível que seja tão cruel...”, Isabela o expulsa com as mesmas injurias dizendo: “Saia da minha frente, seu gigolorzinho!”, Arlequim, quieto, sem falar nada, parte pela rua, Isabela fica. Nisto

CENA 22: FRANCISQUINHA e ISABELA
Francisquinha vem pela rua, diz a Isabela aquilo que fez na rua, Isabela diz: “Meu marido, eles vieram decididos e queriam que eu falasse com um deles, e eu não quis nunca consentir pelo amor que eu tenho por ti”; Francisquinha diz: “Minha mulher, agora eu te quero bem, já que conheço a tua fidelidade”, se abraçam e entram em casa.

CENA 23: PANTALEÃO e ARLEQUIM
Pantaleão vindo da rua diz ter prometido dar Flamínia, a sua filhazinha, a Graciano, diz ter se arrependido, e não querer mais dá-la por haver muito mau informações dele; Arlequim diz fazer bem em não dá-la. Nisto   

CENA 24: GRACIANO, PANTALEÃO e ARLEQUIM
Graciano, vindo pela rua, fala sobre as núpcias, o terno do noivo; Pantaleão lhe dá boas palavras, Pantaleão parte pela rua; Arlequim diz a Graciano como Pantaleão se arrependeu de dar a filha por esposa, por ter mau informações dele; Graciano pede a Arlequim ajuda para se encontrar com Flamínia; Arlequim promete dar ela em suas mãos, diz que às duas horas da manhã, dando-lhe um sinal com um assovio, saia, que terá Flamínia em seu poder; testam e combinam o assovio. Graciano alegre parte pela rua. Nisto

CENA 25: COLOMBINA e ARLEQUIM
Colombina vem pela rua, ouve que se vestirá como Flamínia para enganar Graciano, mas que não deverá falar nada. Colombina diz que fará de tudo, parte pela rua. Nisto

CENA 26: ISABELA e ARLEQUIM
Isabela sai de casa, Arlequim a vê e diz que ela não queira ver a morte de Flávio, que queira escutá-lo e ajudá-lo, que não seja assim tão cruel. Isabela pergunta se ele quer bem a Flávio, Arlequim diz que pelo seu amor não cuida da própria vida. Isabela diz que, se ele tem compaixão por Flávio, é necessário que durma com o seu marido, se quiser que ela possa estar com Flávio. Arlequim coloca a mão na barba e diz: “Não vê, acho que você está me confundindo”; Isabela diz: “não estou, é porque meu marido é ciumento e se não me encontra na cama com ele, pobre de mim... é preciso que eu me recolha junto com ele, e três ou quatro vezes na noite ele acorda e me toca para ver se estou ali. Ele tem na cabeceira da cama um punhal desembainhado, que se ele não sentisse nada me enfiaria todo na pança”. Arlequim diz não querer se meter nesse perigo; Isabela diz que se ele ama o seu patrão é necessário que durma. Arlequim depois de muitos lazzi diz que o ensine como deve fazer, Isabela diz: “Assim que meu marido se deita junto comigo me beija na boca e mete uma mão sobre o meu tronco e me vai tocando até a barriga e depois sobre os peitos e repara se estou respirando, e é bem comum que ele esteja com o punhal desembainhado na mão”. Arlequim se mostra intrigado, nem sabe como fará, mas que dormirá com a cabeça virada para os pés e com as nádegas para cima, e quando o marido lhe tocar a bunda pensará que sejam os peitos e que as bufas servirão para que ele pense que respire, se bem que o fedor o fará afastar: “ mas se me der uma punhalada no buraco do cu, então cagarei todos os lençóis”; ao fim concordam em ir, com o pacto de não falar nunca para que o marido não perceba pela voz, Arlequim diz que vai fazer pelo amor de Flávio, seu patrão. Arlequim diz que dará um sinal com um assovio a Isabela para que ela saia; demonstra outro assovio. Isabela diz que esperará o sinal e sairá rápido, entra em casa. Nisto

CENA 27: FLÁVIO e ARLEQUIM
Flávio vem pela rua, Arlequim diz que conseguiu que ele se encontre com Isabela e que ele volte em duas horas que terá um encontro com Isabela. Flávio alegre, faz carícias em Arlequim e parte pela rua. Nisto

CENA 28: HORÁCIO e ARLEQUIM
Horácio pela rua, lembra a Arlequim do seu amor por Flamínia e diz que quer estragar as núpcias dela com Graciano, Arlequim promete ajudá-lo, bate na casa de Flamínia. Nisto

CENA 29: FLAMÍNIA, HORÁCIO e ARLEQUIM
Flamínia da janela de casa, ouve o amor de Horácio, o aceita por amante e por esposo, combinam se encontrar em uma hora, ao sinal do assovio de Arlequim. Arlequim demonstra o terceiro assovio diferente. Flamínia entra em casa; Horácio parte pela rua. Nisto

CENA 30: COLOMBINA e ARLEQUIM
Colombina vem de casa, vestida como Flamínia, para enganar Graciano; Arlequim dá o sinal assoviando para Graciano. Nisto

CENA 31: GRACIANO, COLOMBINA e ARLEQUIM
Da rua, abraça Colombina pensando ser Flamínia, dizendo: “meu bem, te terei mesmo sem o consentimento daquele velho bicudo”; partem pela rua, Arlequim fica. Nisto

CENA 32: FLÁVIO e ARLEQUIM
Flávio vem pela rua, para ficar com Isabela, Arlequim lhe dá o sinal. Nisto

CENA 33: ISABELA, FLÁVIO e ARLEQUIM
Isabela sai de casa, abraça Flávio e partem pela rua, Arlequim fica. Nisto

CENA 34: HORÁCIO e ARLEQUIM
Horácio vem pela rua para encontrar com Flamínia, Arlequim dá o sinal com o assovio para Flamínia. Nisto

CENA 35: FLAMÍNIA, HORÁCIO e ARLEQUIM
Flamínia sai de casa, abraça Horácio e partem pela rua; Arlequim diz que precisa ir para ficar na cama do marido de Isabela, que se ele despertar, não perceberá nada, entra em casa.

CENA 36: GRACIANO e COLOMBINA
Graciano e Colombina, vêm pela rua, de roupa de dormir, ambos com uma lanterna na mão. Graciano diz não ter podido dormir por causa de muitos pássaros que faziam muito barulho, diz querer ir em outra casa, diz a Colombina pensando ser Flamínia: “Alma minha, meu bem, deixe-me beijar-te uma só vez!”, Colombina não quer, Graciano olha se vem alguém, descobre seu rosto, o qual vendo ser muito feio, começa a gritar, chamando ajuda, pensando que sejam fantasmas. Nisto

CENA 37: ARLEQUIM, FRANCISQUINHA, FLÁVIO, ISABELA, GRACIANO e COLOMBINA
Da casa deles, saem todos de camisola e uma lanterna na mão, correram pelo barulho, já que já tinham ido para cama; Graciano no fim reconhece ser Colombina, lhe grita e lhe reclama, Colombina diz que foi Arlequim que mandou ela ir disfarçada, Arlequim revela o engano e as espertezas feitas, e diz que, estando apaixonado um pelo outro, deu Flamínia por mulher a Horácio. Graciano chora e sai. Arlequim continua dizendo ter dado Isabela a Flávio, e ele ter ido dormir com o marido que não se percebeu do engano, e que, aliás, foi uma noite maravilhosa. Todos estranham. Francisquinha, retirando a máscara, mas com o cabelo preso, revela não ser ela homem, como todos pensavam, mas mulher, e que fez isso tudo para que no fim Isabela não tivesse outro marido que não fosse Flávio; fazendo alegrias, os namorados tocam as mãos das namoradas para fazer as núpcias, ficando só, Colombina chora pois não ganhou nem um prato de macarrão, todos entram em casa.

Fim da Comédia.

Cenas a serem ensaiadas.
·         Flávio pede ajuda a Arlequim, promete-lhe gorjeta, depois de lazzi, Arlequim diz que tentará falar com Isabela.
·         Horácio fala sobre o amor que sente por Flamínia
·         Cena 12: texto.
·         Arlequim faz lazzi por ter Isabela desmaiada nos braços.
·         Horácio e Flávio querem ir às núpcias e Graciano tenta dispensá-los.
·         Cena 19, 21 e 22: textos.
·         Cena 26.
·         Cena 31: texto.
·         Cena 36: texto.
·         Cena 37.